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A FLOR, A JOIA E A OBRA
04/09/20
Desabrochara-se, desconhecida de sua beleza. Sobrevivida de um canteiro inóspito, de maltrato por mão grosseira e inábil, entre excessos inclementes e faltas dolosas - resistiu.
A partir da gema, lapidara-se em preciosidade, capaz de luzir ao sol, porém fora guardada numa caixa, dentro de uma gaveta, ao abrigo da luz.
Fora feita, uma obra perfeita, mas extirparam-lhe os braços, pretextando imperfeição, negando-lhe exibição.
Ainda conserva algum viço. A joia abandonou a caixa e a gaveta. A obra recuperou seus braços, ganhou uma base e mostra-se ao mundo.
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