sábado, 5 de setembro de 2020

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CORINGA OU ZEN?
05/09/20




De frente ao meu armário aberto, vejo o quanto eu tenho dependurado nos cabides, ao que, nem ando tendo a possibilidade de usar, porque saio pouco, ultimamente, muito pouco - e esse muito pouco, é pouquíssimo mesmo!

Tenho uma peça peculiar, que quando preciso me sentir bem e iluminada, ela realmente ilumina e me faz sentir que estou bem.  O por quê dela me fazer bem?  É azul, e eu não consigo pensar em ninguém, que não fique bem de azul. Tem uma estampa bem pronunciada, mas apesar das cores, nela entremeadas - quase todas - combinam perfeitamente, com o azul que prevalece, como se fosse ela toda, uma mandala, preenchida com muito bom gosto.  É uma túnica indiana, com bordados delicados de miçangas e pedrilhas, ao redor do decote vê fundo, trançado por idas e vindas de cordões finos do mesmo tecido, que o mantêm discreto. Mangas longas e fartas, escondem os braços, bem como seu corte reto e esvoaçante, apenas adivinham o corpo que a veste.  Dentro dela, eu consigo ser um ser quase livre da vaidade das formas. Essa é a minha peça do 'zen'.

Às vezes, eu quero me fazer notada, e como disse, em meio aos cabides, eu  sempre encontro o que desejo usar para esse fim, de acordo com a ocasião.  Mas eu digo, que nem sempre, eu consigo me fazer notar, porém, o que me importa mesmo, é como eu me sinto, e não como me vêem.  Se estiver me sentindo adequada, posso caminhar com segurança e elegância sobre qualquer superfície.
 
Têm também aquelas opções, uma ou duas, em meu guarda-roupa, apropriadas a muitas oportunidades.  Por serem peças neutras, me servem de 'coringa', quando eu não estou muito a fim de me decidir qual roupa usar.  Têm dias em que a prioridade é outra, que não a de me preocupar com o meu exterior.  Nesses dias, elas são perfeitas.  Nunca estarei em erro.

Existem outras, que são mais femininas, as básicas, as mais festivas, não necessariamente, com toda essa diferenciação!  Eu classifico assim, mas na verdade, se um estilista fosse classificá-las, é provável que dissesse, que todas são a mesma coisa, o que também não me importa.


arte | amanda cass

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