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CONFLITO E SOLUÇÃO
30/06/20
Quando, diante de um problema ou conflito, chegamos à conclusão, de que a sua solução não está ao nosso alcance, somos tomados de uma insatisfação pessoal, além daquela que diz respeito ao fato em si - insolúvel.
Eu sei que é por pura presunção e prepotência, em achar que podemos deter o 'controle', porque sem dúvida, ele é bicho que não se deixa capturar, muito menos, possuir ou ser domesticado.
Sentir-se impotente, esvaziado de força física e emocional, sem poder, débil, em relação a algo, pelo qual, usamos todas as nossas armas, argumentos, determinação e tempo, e ainda assim não foi o suficiente, tudo permanece do mesmo jeito - sem solução. Por estar esgotado e visivelmente debilitado, é inevitável que eu me sinta desanimado, com o meu desempenho, e por que não dizer - frágil e inválido!?
Impossibilitado de continuar a lutar pelo que acredito ser apropriado, por ter sido desarmado, me transformo numa pessoa inativa e inoperante. É como se todas as minhas certezas tivessem sido confiscadas, ou sequestradas, então eu posso ver, o quanto inábil me tornei.
Inapto - por não ter aptidão necessária à resolução; inepto - por me reconhecer incoerente, no absurdo dos meus pensamentos. Rondam sobre minha cabeça e meus sentidos, uma profunda sensação de incapacidade e ineficácia, perante o que se me apresenta no momento.
A impotência tem o péssimo hábito de congelar outras percepções. Ela pinica meu entendimento, com seus aguilhões, resultantes da frustração óbvia, que me acomete.
Impotência - eu nunca vi, uma só palavra, resumir e representar tão bem, uma série de reações, que separadamente, não abrangem, nem definem a verdadeira sensação sentida, quando algo assim nos acontece.
Nunca tinha parado pra pensar assim. Ela é mesmo uma palavra fenomenal - com absoluto poder de síntese, capaz de dizer tudo e poupar um discurso monótono, redundante e cansativo - como este que acabei de fazer.
Impotência - palavra que, só quando eu a desdobro, começo a ver que ela não é uma única sensação, e sim um misto de outras tantas, que se justapõem e se potencializam entre si. A medida que examino cada uma delas, começo o longo caminho em direção à aceitação.
Usarei, além do tudo, um recurso imaginário: como uma cena, onde estou bem no centro de todo o furor da situação, com todas as cobranças (as minhas e as externas) ... vou pouco a pouco, me afastando, fazendo o distanciamento físico, que é o primeiro passo no caminho do desligamento emocional.
Dessa forma, a situação vai ficando cada vez menor, e eu vou tomando consciência do meu real tamanho frente à ela.
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