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ANDANDO EM CÍRCULOS
21/06/20
Olho para o céu, vejo as nuvens passando com pressa, e com meu olhar de criança, imagino que são elas que se movem e não eu, porque estou deitado no chão, imóvel. Elas vão em velocidade bem acelerada, nem consigo adivinhar-lhes as formas e penso: onde elas querem chegar?
Mesmo que eu não queira, eu obedeço ao movimento inevitável da terra; mesmo parado, vou junto com elas - as nuvens e a terra - literalmente andamos em círculos.
Penso melhor e mais friamente, e percebo que posso quebrar esse traçado, quando me levanto e começo andar no sentido contrário ao qual as nuvens se movem. Faço caminhos retos, dobro uma esquina, subo e desço ladeiras, pego uma saída, saio da estrada, volto, quantas vezes quiser - e isso as nuvens não podem fazer. Elas só podem, é voar em círculos, descrevendo, ao máximo, uma linha elíptica.
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