quinta-feira, 18 de junho de 2020

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BANDEIRAS VERMELHAS
18/06/20




A vida é tão monumental, que não cabe dentro dos limites estreitos, em que nos movimentamos: ocupados com nossos interesses, necessidades e afazeres.  Tal território não comporta a grandiosidade de viver interesses alheios, necessidades desconhecidas e afazeres estranhos à nossa rotina.

Moramos assim, em uma casa pequena, que para vivermos nela, é preciso, andarmos curvados, porque também é baixa, além de apertada.  Ao final de cada dia, exaustos e entediados das repetições constantes, nos sentamos à sala, acreditando ser o melhor a fazer, e então, aceitamos o descanso merecido.  Mas não pode ser só isso!

A noite espera o dia, ansiosa, e eu espero o amanhã, como promessa, do que o 'hoje' não me trouxe.  Vou deixando pelo caminho, algumas bandeiras vermelhas: por não querer aumentar o perímetro, afastar os muros, sair do meu quintal ou destravar o portão.  Um belo dia, ao olhar para trás, verei a todas, e saberei porque nunca saí do lugar.




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