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BOLAS DA VEZ
Hoje eu preciso, desesperadamente, falar sobre
amenidades. É a minha tentativa (e espero que seja ‘acerto’), para desfocar a
minha atenção, de um assunto que me consome, e direcioná-la para coisas mais
leves.
Na esperança de deixar de sentir a natural indignação e impotência (que podem nascer em qualquer ser humano), eu não darei tratos ‘às bolas da vez’. É certo, que isto queimaria minha saúde física, emocional e energética.
Eu fui
de 8 e 80, não de 8 a 80, porque fui de ônibus e metrô, e não tão rápido. Fiquei
o tempo todo com aquele olhar perdido, de vidraça - próprio de quem olha e
finge que não vê ... porque não vê mesmo. Por ser desagradável encarar as
pessoas, nos condicionamos a olhar através delas, em direção ao que parece ser um
vazio, e nos damos conta, de que olhamos para dentro de nós mesmos.
Ainda,
desviando o foco do real e crucial problema que me atormenta; reparei que tinha
a barra da minha calça dobrada para fora, contrariando a moda; aliás, prefiro
isso a vê-la arrastada pelo chão. Antes a inadequação, do que
esfarrapar o tecido, de uma roupa que vai durar para além dessa
tendência. Mas como tudo o que aprendemos, uma hora ou outra, é
considerado inadequado, sei que posso ter passado a ideia de desatualização ou
ridículo ..., porém não estou 'nem aí' ... para uma questão tão frívola - de
como considerarem, a maneira de me vestir!
Mas não é tão fácil, uma sensação me persegue, de estar dentro de uma ampulheta:
quando acho que estou na parte de cima, vejo que já passei para a parte de baixo! Quando os valores transpõem o pequeno
orifício, são espremidos, invertem-se os pesos - o que era certo, antes, já não é mais, e com que rapidez(!), que é impossível acompanhar. De
8 a 80, num piscar de segundo!
Confesso
que muitas vezes, eu salto da parte de baixo da ampulheta, direto para dentro
de um liquidificador em funcionamento ou sou passada sobre um ralador bem
afiado ... e isso o que eu digo, é obvio(!) ... que não envolve questões sobre moda!
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