segunda-feira, 17 de outubro de 2022


1541A



O ALVO E A POEIRA

Não sou responsável por resgatar ninguém, sobretudo quando não quer ser resgatado. Posso dar minha humilde contribuição, se me for pedida ou quando ... o comportamento inadequado do outro, me envolve diretamente, e é preciso me posicionar a respeito - para que eu não venha a ser arrastado pelas consequências partilhadas. Assumir questões que não são minhas, é morder um naco maior do que eu posso mastigar, e caso eu consiga engolir uma pequena parte, esta descerá pela garganta, raspando e machucando, sem jamais ser digerida.

Na ânsia de minimizar ou tentar alertar o outro, sobre um iminente desfecho negativo; quando não sou ouvido ou nem sequer há consciência dele da necessidade de mudança; e além de tudo, ridiculariza minha intervenção ou tenta 'redirecionar o alvo' - é preciso que eu sacuda a poeira das minhas sandálias, me afaste da situação e siga o meu caminho - porque esse pó, caso não o retire, será danoso aos meus pés.  Cessa aqui, toda e qualquer possível parcela da minha responsabilidade.

Tenho o direito de me colocar, quando algo invade a minha integridade física ou moral; pois limites são bons, como são bons, os muros que separam as propriedades. Se assim não fosse, não saberíamos onde termina o meu quintal e começa o do outro.  Se serei compreendido ou não, não me cabe a preocupação, nem me importar como ele vai se sentir.  É importante ressaltar aqui, que os ‘invasores de propriedade’ têm dificuldades em reconhecer os direitos alheios, porque trazem uma visão bem distendida dos seus próprios limites.
















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