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UM OLHAR SOBRE O COMPORTAMENTO HUMANO
LIMITES, RESPONSABILIDADE E FORÇA
Quando
nos sentimos cansados, não é tanto pelo esforço e desgaste, que apesar de
dispendidos, não nos fizeram atingir um objetivo ... é muito mais pela
tentativa frustrada de mantermos o controle, de uma coisa não controlável.
O
cansaço de termos feito o que era possível, é algo que se 'descansa' numa noite
de sono. Já, o cansaço de achar que poderíamos ter feito mais, além dos
limites que nos cabem e que teimamos em desobedecer - esse sim, não passa
nunca. Quando não nos damos conta do roubo cometido - do que tentamos
subtrair da responsabilidade alheia, puxamos para nós, cada vez mais, desafios
e riscos inerentes à vida do outro, que não nos dizem respeito,
diretamente. O ‘trabalho’ que executamos, para tentar compensar o
que o outro 'não faz', é o que cansa, porque chamamos para nós um peso, para o
qual nossas costas não são preparadas de carregar. Essa ‘apropriação indébita’ nos traz um
cansaço, para além do físico, pois compromete seriamente, nosso bem estar
emocional, devido à consequente e óbvia frustração, que nos acomete.
Os
limites do que 'é meu' e o do que 'é do outro', nem sempre são claros; mais
ainda, quando o resultado das ações ou omissões do outro, me afeta diretamente.
Estabelecer limites é saudável, mas para isso é preciso conhecer até onde posso
ir, sem invadir o espaço do outro, sem roubar a sua força e dignidade. O mesmo vale para o outro em relação a mim.
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