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HOJE NÃO
Não me procurem, hoje não estou. Fechei para balanço ou estou em recesso ou qualquer coisa que indique, a necessidade de me dar um tempo. Fui colocar na ponta do lápis, o quanto dei e o quanto recebi. Fui catar todos os pedaços de mim, perdidos pelo atual 'exercício', em cada um deles, um débito, um crédito. Muito pouco 'em haver' - é essa, a conclusão a que chego, depois de fazer o levantamento das fichas da minha 'contabilidade pessoal'.
Eu tenho alguns labirintos, evitados até agora, que devem ser percorridos, com determinação e coragem, porque nunca se sabe, onde se esconde um tesouro ou uma podridão a ser extirpada. Tudo o que for encontrado será separado e colocado no devido prato da balança ou em dois sacos, um de coisas úteis, outro das dispensáveis.
Um armário cheio de roupas e gavetas repletas de sentimentos desnecessários, que atravancam o aposento, tornando-o pequeno e opressor da consciência. Já não há espaço para excessos de todo o tipo, até para os equívocos, os recuerdos e mimos que entulham as lembranças. É um garimpo cansativo, de todo o acúmulo, que não é mais possível ser escondido debaixo do tapete e que se avoluma no meio da sala de estar. O bota fora está em andamento, pilhas de restolhos se amontoam para além do meu canteiro de obras e ninguém quererá ver a bagunça que se formou ... nem eu mesmo gostaria ... se pudesse, terceirizaria essa reforma, caso a bagunça não fosse só minha. Mas o trabalho ainda continua; amanhã talvez, eu o tenha concluído e então, estarei disponível - hoje não!
arte __ catrin welz-stein
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