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SINCERAMENTE
Depois de um bom tempo (e bota ‘muito tempo’ nisso), aprendi que não devo usar um balde maior do que a minha capacidade de carrega-lo cheio. Também aprendi, que não importa o que eu mostre ao outro, ele verá sempre, o que ‘consegue’ e o que ‘quer’ ver. Se eu insistir em usar recipientes maiores (e isso vale tanto para dar, quanto para receber), terei sérios problemas com meus braços – ficarão escangalhados num caso e paralisados no outro, à espera.
Esmiuçar demais um assunto, ficar justificando meu posicionamento
ao outro, para que venha entender minha ideia, é gastar vela boa, com defunto
ruim. Quem não deseja entender, dispensa
as mil palavras que se possa dizer; porque quem quer mesmo entender ... ah! ...
essa pessoa, se esforça de verdade, e com bem menos palavras (às vezes
nenhuma), é capaz de captar muito mais do que se pretendeu dizer. Atenta ao olhar, ao gestual, estará
considerando os sentimentos envolvidos.
Ninguém tem jurisdição, para determinar pena alguma ao
outro, nem para mantê-lo ajoelhado no milho, por tempo além do necessário à reflexão
e posterior arrependimento. Ninguém é
juiz de ninguém, a não ser de si mesmo.
Ninguém é objeto que se possa dispor, para extravasar a agressividade ou
o sadismo alheios.