Quando eu falo, é inevitável que eu diga coisas
sobre mim, do conteúdo que juntei durante os anos de minha
vida. Posso colocar de forma explícita, uma opinião sobre determinado
assunto; sobretudo estarei passando um atestado, de ‘a quantas anda’ meu nível
de entendimento e aceitação, a respeito do assunto em si. Da mesma
forma, meu posicionamento, mesmo que de um jeito velado, pode expor uma
limitação minha. Uma posição radical ou explosiva, pode indicar um
medo na raiz. Tudo o que falo, falo sobre mim, em primeiro lugar.
Quando eu ouço, eu escuto com o mesmo arsenal que
acumulei até então. Se levo para o lado pessoal ou se abro meus
ouvidos de forma neutra, para o que está sendo dito, também estarei demonstrando
a amplitude da minha capacidade de entendimento ou a sua precariedade.
Quando eu vejo, também leio o que me é mostrado, de
acordo com o meu histórico de vida, uma leitura particular que faço, do mundo à
minha volta, segundo as minhas experiências.
Na vida de relação, a comunicação na maioria das
vezes é cheia de ruídos, porque o que é falado precisa ser decodificado pelo
outro e convertido em mensagem com sentido e significado, dentro de todo o seu
conhecimento. Para que a mensagem possa ser entregue com exatidão,
existe um processo complexo a ser executado.
O ‘que é falado’ e o ‘que é entendido’ podem ser
coisas distintas e quanto maior a distância, entre um e outro, mais difícil e
improvável será a compreensão.
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