sábado, 23 de julho de 2022

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UM OLHAR SOBRE O COMPORTAMENTO HUMANO 
O ABISMO INDESEJÁVEL

Quando eu falo, é inevitável que eu diga coisas sobre mim, do conteúdo que juntei durante os anos de minha vida.  Posso colocar de forma explícita, uma opinião sobre determinado assunto; sobretudo estarei passando um atestado, de ‘a quantas anda’ meu nível de entendimento e aceitação, a respeito do assunto em si.  Da mesma forma, meu posicionamento, mesmo que de um jeito velado, pode expor uma limitação minha.  Uma posição radical ou explosiva, pode indicar um medo na raiz.  Tudo o que falo, falo sobre mim, em primeiro lugar.

Quando eu ouço, eu escuto com o mesmo arsenal que acumulei até então.  Se levo para o lado pessoal ou se abro meus ouvidos de forma neutra, para o que está sendo dito, também estarei demonstrando a amplitude da minha capacidade de entendimento ou a sua precariedade.

Quando eu vejo, também leio o que me é mostrado, de acordo com o meu histórico de vida, uma leitura particular que faço, do mundo à minha volta, segundo as minhas experiências.

Na vida de relação, a comunicação na maioria das vezes é cheia de ruídos, porque o que é falado precisa ser decodificado pelo outro e convertido em mensagem com sentido e significado, dentro de todo o seu conhecimento.  Para que a mensagem possa ser entregue com exatidão, existe um processo complexo a ser executado. 

O ‘que é falado’ e o ‘que é entendido’ podem ser coisas distintas e quanto maior a distância, entre um e outro, mais difícil e improvável será a compreensão.



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