sexta-feira, 22 de abril de 2022

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PARA MIM MESMO




Sim, eu me confessei às paredes, de forma secreta e triste.  Talvez, elas fossem tão surdas, quanto uma porta é muda, mas não.  Foi apenas uma confidência, onde não cabia absolvição, porque não há arrependimento e nem tampouco pecado.  Tenho comigo, que não obter resposta, nesses casos, é algo tolerável, mas não ser ouvido é coisa desumana,.  Tanto elas me ouviram, que devolveram as minhas palavras, na minha própria voz; e então, eu pude responder  a mim mesmo.

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