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PARA MIM MESMO
Sim, eu me confessei às paredes, de forma secreta e triste. Talvez, elas fossem tão surdas, quanto uma porta é muda, mas não. Foi apenas uma confidência, onde não cabia absolvição, porque não há arrependimento e nem tampouco pecado. Tenho comigo, que não obter resposta, nesses casos, é algo tolerável, mas não ser ouvido é coisa desumana,. Tanto elas me ouviram, que devolveram as minhas palavras, na minha própria voz; e então, eu pude responder a mim mesmo.
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