É sempre verdade! Tudo, enquanto escrevo, é verdade ... mesmo sendo criado pela minha imaginação ... dentro da minha cabeça, é sempre verdadeiro ... porque tem vida - a vida que eu dou. Uma mentira pode virar verdade, embora eu não possa descartar a ideia, de que uma verdade, possa vir a se transformar em mentira.
Teço tramas, espirro cor e sentido no pano cru e imaculado. As falas são eloquentes, tanto quanto o são os diálogos ou monólogos, verbalizados e sonoros. Escrever é colorir telas em branco, com as mãos, com traços e tonalidades certos. É também, esculpir a pedra bruta arrancada das entranhas da terra, extraindo dela as formas, soprando-lhe às narinas a vida incipiente, possibilitando sensibilidade e expressão à dureza fria original.
Às vezes, algumas coisas são verídicas e contadas ao pé da letra. Às vezes, o que é 'verídico' sofre uma pequena alteração, para obter um certo efeito, porque quem conta sou eu ... e a minha vontade se sobrepõe à verdade. Juntando ao conto, um ponto específico, a mais ou a menos, conto 'à cabeça da letra' (no caso, à minha cabeça) - exatamente ao contrário, do que é contar 'ao pé da letra'.
Da mesma forma que eu crio vida, através de cores e formas, cenas e falas, imagens e movimentos; estou a esculpir e lapidar, o material duro de que sou feito, recrio em mim um ser menos impefeito, a partir da matéria bruta recebida de nascença.
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