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EM PRIMEIRO LUGAR
Andei afastado das letras, porque estive muito ligado à vida, acudindo ao que ela exigiu que fizesse, no afã de atender às suas imperiosas exigências. Não me lembro, dela ter-me perguntado antes: "pode ser?" ou "consegue?". Estive fazendo o que era preciso, fui ao encontro de quem necessitou de mim, buscando o meu melhor desempenho.
Quanto às minhas divagações mentais? ... tive que dar um tempo! Se mal houve, o tempo para as minhas obrigações serem cumpridas! ... precisei optar pelas prioridades prioritárias.
Estive ocupado também, em lidar com todas as limitações, as adversidades e más interpretações, e imaturidades, e descontroles das pessoas com as quais topei no caminho ... e com minhas próprias, antes de mais nada. Tudo para que eu pudesse executar algumas 'missões', que a minha responsabilidade colocou sob meus cuidados - imposições, sem chance de escolha, preparo ou programação de minha parte - foi fazer ou fazer! E eu fiz, de acordo com o que pude e com as forças que tinha. O relógio, ah! ... se eu pudesse, arrancar-lhe os ponteiros!
No decorrer desses dias, mais e mais detalhes, foram sendo incluidos na rotina - coisas que precisaram ser feitas, em detrimento das que eu gostaria de ter feito. Confesso que, sinto até um pouco de enjoo, coisa natural para mim, quando estou além do meu limite. Já nem sei, às vezes, qual é o dia da semana, em que estou?!
O cansaço se apossou do corpo, mas a consciência está leve e tranquila - porque o que foi necessário, eu fiz e além do mais ... o corpo descansa e se refaz, a consciência ao contrário, nunca relaxa, nem se livra do peso da omissão.
arte __ helder teixeira peleja
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