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CERTAS MANHÃS E OS SONHOS
Certas manhãs são entidades misteriosas, que parecem esconder suas verdadeiras intenções. Instigam em nós, o desejo de desvendá-las, com o desenrolar das horas - o que reservam para nós. Tão bem guardado, conservam o seu segredo, atrás de silêncios e nuvens esparsas, como querendo nos causar, um impacto mais forte, ao se revelarem, através de sinais muito claros, escancarando nossa impotência - quanto à suas determinações e a nossa incapacidade - em prever o que nos esperava. Ficamos exatamente, no meio de um cerco, cujo contorno é feito de vários elementos de mãos, bem dadas e firmes. A nossa pressa, a incerteza, o inesperado, a sensação de despreparo - olham fixamente, para a nossa cara de espanto ... e o próximo elemento que se junta ao círculo é a surpresa.
Quando a manhã nos surpreende com um bom dia, esse cerco se desfaz. Quando outra manhã, nos revela o desagradável - o desapontamento, tende a aumentar o perímetro da figura geométrica, na qual estamos inseridos, bem ao centro, sem com isso nos dar uma impressão de mais conforto, liberdade ou satisfação.
Os sonhos que tivemos durante a noite, serviram para nos fazer sentir, apenas em espírito; aquilo que talvez, não venhamos viver na carne, nesse dia. Se tivermos 'sorte' (é assim que alguns pensam), vamos poder agregar a resignação, nessa linha redonda. Eu prefiro dar um outro nome, ao esforço que se despende, para atingir tal estágio, porque não se trata de ter sorte e sim, de muito exercício e empenho, em aceitar o fato incontestável, de que o nosso dia será como precisa ser.
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