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PELOS REINOS DA CRIAÇÃO
Ao que parece, a alma quer voar, já não cabe dentro de si. Precisa pairar, por sobre a beleza das coisas, sem tocá-las; senão, por um roçar de asa de borboleta, na corola acetinada ... ou pelo bico faminto e solene de um pássaro, beijando o coração da flor, em busca de alimento. Vai ao sabor do vento, atraída pelos aromas, pelas cores, pelos sons.
Sabe bem, que deve ficar cativa, por tempo indeterminado, o que não lhe impede, de tornar-se um ser alado e diáfano ... meio fada, meio arremedo de gente. Quando quer ou precisa, dar umas escapadelas e rodopiar leve, com passagem livre e despercebida, por todos os reinos de toda criação, ela se permite, dar-se à liberdade, ainda que, só por alguns instantes.
05/05/21
diáfano - que permite a passagem da luz; transparente, límpido
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