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A VIDA FORA DA CASCA
A vida não me verá, quando, o que eu fui, estiver em decúbito dorsal, dentro da minha última caixa, porque não serei mais eu. Por mais adornada que seja, não sentirei o conforto. A lividez do meu rosto mostrará, que esse tipo de vida, se foi. Também nada sentirá, quando entregar, de volta à terra ou às chamas, o instrumento que me serviu de fôrma, porque será apenas uma casca.
Estarei rondando em outro canto, espero(!), em outras paragens, mais agradáveis(!). Quem sabe, não muito longe; aproveitando outra espécie de vida, aquela que experimento à noite, cujo acesso, não precisa de pernas, para nos levar onde desejamos.
Esse dia chegará, como chega a todos, e quando chegar: quero poder ter consciência leve, que não me pese na hora de subir; quero ter coração em paz, que não me prenda ao tipo de vida que não me pertence mais.
12/05/21
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