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NOS PEQUENOS
DESPERTARES
Encontramos saberes, achamos poderes e descobrimos os deveres. Conhecemos nossos venenos e para não matar - usamos menos, para não morrer - usamos drenos.
A cada pequeno despertar, a cabeça se levanta temporariamente, acima do nevoeiro em que se encontra junto ao corpo, é ela quem primeiro, sai da escuridão. Divisa alguma claridade e consegue ter uma visão, um pouco mais nítida, do que está ao seu redor. Quando volta, volta a uma profundidade um pouco menor e suspende um pouco mais, o corpo ao qual se liga.
Como naqueles despertares
da madrugada, nós, alertas e de olhos arregalados: se não fosse tão escuro e silencioso, poderíamos
nos levantar e fazer uma faxina pela casa, tal o grau de lucidez com que despertamos ... o retorno ao sono profundo, pode demorar um pouco, talvez horas; tanto quanto a cabeça, que se aventurou para fora do abismo, tem certa dificuldade, de se acomodar à anterior ausência de luz e não se acomoda. Assim, de despertar em despertar, aos poucos, vamos ascendendo em direção à luz, porque somos atraídos pelo seu brilho e a evolução se dá.
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