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DENTRO DE UM GRANDE ABRAÇO
Todo dia, o sol desenha uma curva côncava no céu. Parte do leste, ganha fôlego, sobe e atravessa o mundo em direção ao oeste. Bem no meio do caminho, atinge o seu ponto mais alto e mais brilhante. Estranhamente, os seus momentos mais gloriosos não coincidem com esse ponto de maior altura ... o nascente e o poente, são os seus mais apoteóticos instantes.
A partir daí - o meio, se torna descendente, com a mesma pressa, com que subiu ... nenhuma! Quer coroar o dia e vai deixando um rastro de calor e vida por onde passa, acima e abaixo do traçado que faz. Foi o jeito que o sol encontrou, de envolver a terra, num grande abraço macio e revitalizador, mostrando o seu amor por ela.
Os pássaros alimentam seus filhotes; os homens contemplam o brilho, que faz sobre as flores e folhas e tudo o mais, que recebe sua luz. As sombras projetadas, dançam ao sabor do vento e as águas se deixam atravessar pelos seus raios.
Vai descendo devagarinho e apagando sua luz, do jeito mesmo como nasceu; mas ele não morre, apenas se esconde, sempre nos deixando a promessa infalível: de desenhar a mesma linha arredondada, no dia seguinte ... e disso ninguém duvida.
06/04/21
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