A vida não é
cruel, ela é justa, numa justeza dolorida, porém honesta. Expectativas forjam
uma ‘realidade paralela’, muito diferente da real situação. Porque
a criamos e alimentamos com todas as forças, em vermos concretizada nossa
vontade – e dentro da nossa visão limitada e tendenciosa, ela nos convence de que é 'verdadeira'.
Nos tornamos
escravizados, pela criatura a que demos vida.
Sem condições de enxergar as distorções, incongruências e incompletudes
da nossa criação, seguimos confiantes na versão que idealizamos. E como seguir um caminho, significa
renunciar outros; recusar-se a ver a realidade é entregar-se à impossibilidade de realizar o que tanto desejamos, porque estaremos nos distanciando, do que é imprescindível de ser considerado.
Expectativas se ligam mais aos desejos – ao mundo da imaginação, do que à realidade real e concreta. É fantasia confeccionada sob medida, por nós e para nós, na realização das nossas necessidades e anseios. Ao escolhermos deixar de ver, o que muitas vezes, está ‘na cara’, aceitamos nos deixar levar pelo quimérico, pela consequente e certa exposição à frustração - um caminho inverso ao que pretendemos.
arte | katie o'malley
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