domingo, 14 de agosto de 2022

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O SANGUE DA TERRA

Uma forte onda avança sobre a praia das minhas emoções.   Na sua ferocidade, invade-me com a esperança de renovação e remexe as certezas fincadas, na faixa de areia.  Ao recuar, leva consigo algumas, e deixa para trás, outras tombadas, com as raízes de fora; talvez para que sejam replantadas em solo mais firme.

Como pulsa o meu coração, assim bate o coração da Terra.  Guardado no centro e impulsionador das marés, suas águas salgadas avançam e recuam.  Pulsações obedientes, cada uma à sua cadência, a minha com maior frequência que a dele.  

O sangue arterial irriga todas as células, com hormônios de vida, alegria e de uma certa forma estranha e mágica, deixa nelas alguma esperança, não a retira de todo, apesar da maré venosa, vir e levar os resíduos ruins para longe, deixa o que é bom.

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