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O GÊNIO FORA DA LÂMPADA
Se ele saiu, já não pode mais ser recolocado. Condensa-lo novamente, para caber no mesmo
espaço? ... impossível!
O mesmo acontece, com as palavras ditas - uma vez expandidas
e verbalizadas - não teremos mais acesso, a cada uma das letras aleatórias; porque
agora juntas, compõem e significam algo com identidade e intenção. Impossível desdizer.
Querermos recolher as letras e faze-las voltarem ao seu
estado inicial, é tão absurdo, quanto sairmos por aí, à caça das moléculas
estranhas e voláteis, desobedientes às leis da química, da física e da concepção
que temos de toda a matéria, de um ser fictício. Seria negar às letras, a
liberdade conquistada; seria matar a nossa capacidade de criação de coisas
possíveis, a partir de coisas, antes inimagináveis, mas que só precisam se
adaptar às condições de vida, que o exterior impõe. Uma vez, o gênio do lado de fora, é impossível
a ele, retornar e retomar ‘o paraíso’ que perdeu. Para nós, certas atitudes e comportamentos,
nos roubam toda a possibilidade de tranquilidade de consciência; podendo direcionar nossa vida, para um destino nunca desejado.
Conservar o gênio guardado, muitas vezes é vital, tanto para
os relacionamentos, como para o próprio gênio – que permanecerá no habitat, ao
qual pertence, confortável e coerente com a natureza, que lhe é própria.
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