domingo, 7 de agosto de 2022

 

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O GÊNIO FORA DA LÂMPADA

Se ele saiu, já não pode mais ser recolocado.  Condensa-lo novamente, para caber no mesmo espaço? ... impossível! 

O mesmo acontece, com as palavras ditas - uma vez expandidas e verbalizadas - não teremos mais acesso, a cada uma das letras aleatórias; porque agora juntas, compõem e significam algo com identidade e intenção.  Impossível desdizer. 

Querermos recolher as letras e faze-las voltarem ao seu estado inicial, é tão absurdo, quanto sairmos por aí, à caça das moléculas estranhas e voláteis, desobedientes às leis da química, da física e da concepção que temos de toda a matéria, de um ser fictício. Seria negar às letras, a liberdade conquistada; seria matar a nossa capacidade de criação de coisas possíveis, a partir de coisas, antes inimagináveis, mas que só precisam se adaptar às condições de vida, que o exterior impõe.  Uma vez, o gênio do lado de fora, é impossível a ele, retornar e retomar ‘o paraíso’ que perdeu.  Para nós, certas atitudes e comportamentos, nos roubam toda a possibilidade de tranquilidade de consciência; podendo direcionar nossa vida, para um destino nunca desejado.

Conservar o gênio guardado, muitas vezes é vital, tanto para os relacionamentos, como para o próprio gênio – que permanecerá no habitat, ao qual pertence, confortável e coerente com a natureza, que lhe é própria.



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