terça-feira, 14 de junho de 2022

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 AURÉLIO VERSUS MICHAELLIS


Empoeirado e encostado, foi assim que o encontrei.  Pode-se dizer que o ‘Aurélio’, dentre todos os livros, com muito mais poeira e por mais tempo encostado, esteja em desuso. Em lugar de várias e ricas palavras em português, prefere-se uma só, em inglês!  Por que razão? ... para que o Aurélio chegasse a esse estado tão deplorável?  É por economia de dedos?  Ou pela escolha de se adotar um idioma mais forte e dominante?  Não deveria haver luta, e, no entanto, vemos acontecer, uma bem desleal e injusta, onde suas forças vão sendo minadas, dia após dia.  Substituições de acordo com a moda, que tornam obsoletas as formas mais perfeitas de explicação e significado.  Somos nós mesmos, quem aplicamos os golpes.  É de revirar os bofes!

Sem dúvida, embora muito mais versátil ... (e por quê não dizer, de robusta essência e pura poesia!) ... não tem chance alguma, contra um adversário, cada vez mais empavonado.  Aos poucos, se usa menos de suas riquezas e o que não entrou para o esquecimento, é empregado de maneira deturpada ou equivocada, assassinado quando escrito.  Pesam sobre ele a burrice e a preguiça, não as dele, mas as nossas.


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