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O MAR DÁ O SEU JEITO
A menor distância entre dois continentes, ainda é, aquela percorrida sobre as águas, do mesmo oceano que os banha a costa. Ao contrário do que se pensa e diz - que as águas salgadas, os separam ... na verdade elas os unem.
As lágrimas derramadas aqui, correm para o mar. As garrafas com mensagens ou as flores jogadas; os desejos secretos suspirados à beira da praia ... será que tudo se acaba no mar? Não, não se acaba! Ele arranja sempre um jeito de dar o seu recado.
As lágrimas deste lado, se juntam às outras, vertidas por lá. As garrafas arremessadas, acabam por aportar nas praias do continente longínquo. As flores ofertadas por cá, descem ao fundo e alimentam a vida, que chega ao lado de lá.
Os suspiros, como pequenas ou grandes caixas resistentes de texto, atravessam intactos pelas tempestades e demais perigos e atingem o seu destino, num tempo muito menor do que as garrafas e até as próprias lágrimas - porque não há barreiras para os sentimentos verdadeiros.
A menor distância, ainda é o mar; porque se caso, não houvessem as águas ... certamente, percorrer o espaço real, seria intransponível, pois veria-se à frente um fosso tão profundo e grande, de rocha contínua; que tornaria muito mais difícil e demorada a travessia. Seria preciso iniciar a descida ao fundo - ora vazio - antes de começar a subir em direção ao outro lado.
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