sexta-feira, 22 de dezembro de 2017
CAVALO BRABO
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A crisálida transmuta em borboleta. A larva repugnante se converte em uma bela flor esvoaçante.
As transformações que ocorrem em nós, tanto físicas quanto da alma, são muito lentas, a ponto de não conseguirmos verificá-las no nosso corpo de um dia pro outro, senão comparando fotos antigas com as de hoje.
Quanto demoramos pra modificar um comportamento nosso, quando julgamos inadequado? É tão difícil perceber o que começa por uma simples emoção. De onde ela irrompe? De que ambiente propício provém? Como se formou e tomou as proporções que tomou?
As sensações captadas por todos os nossos sentidos, afloram em nós, na carne, sob a forma de emoções.
São cavalos selvagens, relinchantes e desembestados, não propriamente nossos ainda, que só nos levarão a algum lugar tranquilo, depois de domados.
Ah! ... quanto dói e o quanto exige de nós, colocarmos rédeas nesses cavalos brabos, quando percebemos que nos ferem ou ferem a outros!
Não podemos nos esquecer de que, alguns deles são 'puro sangue' - legítimo - e a sua proposta é exatamente, a de prover a nossa segurança e sobrevivência.
A esses, devemos permitir que permaneçam inteligentes, fortes e rápidos, mesmo depois de adestrados.
Aos demais, é de nossa responsabilidade, conhecer e reconhecer suas naturezas, pra depois adequá-los às regras da convivência.
Sabemos que o 'chicote' que porventura usamos nesse adestramento, pode ferir a nós mesmos, nas muitas tentativas, nos causando marcas, às quais reage a nossa sensibilidade.
O que deve prevalecer é a nossa determinação em permanecermos sobre seus lombos, o maior tempo possível, após as várias quedas que nos levam ao chão.
Só assim, eles serão realmente nossos!
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