SERENIDADE 485
O corpo se deita mas a cabeça não repousa, não
pára. A atividade cerebral é intensa,
gastando uma energia preciosa.
Tem muitos assuntos pendentes, conversas
inacabadas, ou nem começadas, sobre coisas importantes e que precisam ser
ditas, que quero falar. Não propriamente
falar, com palavras expressas, verbalizadas, eu tenho um recurso muito terapêutico, pra mim - escrever.
Há muita coisa nisso tudo, que não pode ser falada,
eu sei, considero que são os girinos – que devem ficar guardados em algum lugar
em separado, pra não contaminarem as outras ideias e que devem ser eliminados,
antes que se tornem sapos, mas não antes de eu poder dissecá-los e
catalogá-los.
Há assuntos sobre os quais eu posso falar, mas com
cautela, escolhendo cada uma das palavras, pra que o efeito delas, não seja
pior do que o meu silêncio. São esses
assuntos, dos quais me ocupo agora.
Há sobretudo aqueles em que posso me expressar sem
medo, porque as pessoas adoram ouvir coisas que enalteçam ainda mais seus egos
inflados, por estarem a todo instante, justificando e mantendo suas vidas
superficiais e suas maneiras grosseiras.
Desses não vou mesmo me ocupar.
Eu olho pra tudo o que quero dizer ... e tudo isso
entalado, empilhado à minha frente, me encara passivamente, como muralha ameaçadora ... todas essas questões não sabem o quanto ocupam
do meu pensamento, mas hoje pra mim, isso tanto faz, o que me importa é - dizer
e saber dizer, o que pode ser dito!
Com o tempo aprendi a ser seletivo, com as pessoas,
nas minhas palavras, no que eu quero escutar e ver, com o quê eu gasto o meu
tempo útil ... e é isso que estou tentando fazer agora - selecionar ideias,
aquelas que devem consumir a preciosa energia do meu pensamento.
É meio que, fazer uma 'Oração da Serenidade' nos meus
pensamentos.
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