RECONTO 489
jeremy mann |
O
tempo não tem culpa de nada
... do
descanso demasiado na estrada
... da
escolha porventura equivocada
se, com medo de agir
eu o deixei, por mim decidir!
O
tempo nada resolve
nem
uma mágoa dissolve
nem
uma alegria devolve!
O
tempo por si, nada apaga.
O
tempo por ele, nada estraga
só
marca o tempo que passa
e
mostra o rosto que amassa
como
cetim gasto e enrugado
... um
vestido velho é aposentado
... um
reconto vivido não é descartado!
Um
rosto vivido e envelhecido
não
tão velho, quer parecer ...
devido
ao tempo, aquele bandido
roubou-me
o frescor, sem eu querer!
Será
que se passou o que ele marca?
Ladrão, que só deixa lembrança parca!
Olho
no espelho, e vejo
o que
não é o meu desejo!
Preciso
foi, que eu secasse por fora
corajosa, me olhasse agora
pra
chegar ao meu centro
e
conhecer-me por dentro!
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