segunda-feira, 31 de julho de 2017





A SEMENTE E A FLOR                         495









Entre a semente e a flor
há sempre um bom tempo
e também um contratempo
que nos causa dissabor.

É que o tempo da semente
é demorado e arrastado
 preguiçoso e caprichoso.
A nossa pressa é latente
com desespero recorrente.
O tempo marca a cadência
com paciência indolente
nos lembrando sonolência.
Sua raiz, como serpente
se espalha na surdina
e não se vê, a heroína.
As pequenas  folhas
vão subir como orelhas
com a função de respirar
talvez possam escutar
nosso lamento pela demora ...
mas só virão em boa hora!
Depois é a vez da rama 
crescendo suplicante em diagrama!
A flor então, é outra história 
é a coroação, a glória
podo fim à somatória!







sexta-feira, 28 de julho de 2017

                      _______MárioQuintana______








Nesses tempos de céus de cinzas e chumbos, nós precisamos de árvores
desesperadamente verdes.

__________Mário Quintana

quinta-feira, 27 de julho de 2017



DESVIOS                                                  494








Nos teus cabelos macios
me esqueci dos desvios
que me impuseram os rios
dos silêncios ...
dos casarios vazios
dos frios ...
dos desertos sombrios.


Quis confiar a estória
apenas à minha memória
ao buscar minha glória
me afastei da vitória.

Até disso esqueci
das páginas que não li
... quão baixo desci!

Querendo escrever um destino
esperando fazer uma reta
munido de uma vareta
fiz, um rabisco torto e fino.
Não esqueço meu desatino
me portei feito um menino
... é assim que me defino!

Poupo o discurso cortante
já tenho lembrança bastante:
do que deixei nos desvios
do que vi nos desertos sombrios
do que vivi nos casarios vazios!



terça-feira, 25 de julho de 2017



O QUINTAL                                                 493







O quintal da minha vó não tinha jardim, só vasos com plantas, que ela cuidava muito bem. Havia antúrios de todas as cores, brancos, rosados, vermelhos, que até pareciam encerados quando floresciam.

Lá não tinha piscina, mas pra quê? ... se nós tínhamos a praia e uma faixa de areia, sabe como?  A marca clara que o sol fazia no chão era a água e a sombra era a areia.  Se a gente quisesse, desde que tivesse sol, a gente podia ir à praia em qualquer dia da semana.

O corredor era tão comprido, que escondia monstros assustadores à espreita da nossa passagem.  Ninguém imagina como podia ser perigoso, andar sozinho por ele.

Tínhamos um esporte radical: ‘andar nas nuvens’.  Como?  Era só colocar um espelho virado pra cima, bem debaixo do nariz e andar ... e que medo que dava, a gente podia cair de lá, a qualquer momento.

Nós tínhamos um contador de estórias, meu avô, salvo nas quintas à tarde, quando ele se barbeava e isso pra nós levava muito tempo.  Eu gostava de olhar: ele com seu pincel, a espuma dentro de uma bacia de alumínio tão pequena, que eu queria brincar com ela.  Depois de ensaboado, ele passava cuidadosamente a lâmina afiada por todo o rosto sem pressa, depois era a vez de acertar o bigode, devagar pra não estragar ... não me lembro dele sem o seu bigode.  Por último, ele usava uma loção barata pra ‘desinfetar’ algum machucado.  Era barata, mas tinha um cheiro bom.

Depois de barbeado, ele era nosso, com seus chinelos e roupa de briga, colocava um neto em cada um dos seus joelhos, os dois mais novos, os mais velhos sentavam cada um num banquinho de madeira, cada um tinha o seu, todos feitos por ele.  O resto da tarde era assim, rodeado por nós.  Não me lembro das estórias, eu me lembro da sensação, ele não era de muitas palavras, mas sem dúvida foram coisas boas que ele nos disse.

O quintal não era aberto, mas também não tão fechado, porque outras crianças vinham nele brincar.  Hoje são crianças crescidas como nós, mas estou certa de que esse ‘quintal' ainda habita o imaginário de todos nós.

Acho que cheguei à idade do saudosismo, afinal o passado é a única parte certa e completa, porque o presente é um tanto ausente, por ser tão rápido ... e o futuro? ... ainda não escrito, não dá pra lembrar.  É bom relembrar as coisas da infância, as boas e as não tão boas, porque nos fizeram crescer.  A vida por muitas ocasiões, nos colocou em ‘fornos’, pra que a gente amadurecesse à força.  Aquele quintal nos preparou pra vida, estávamos sendo forjados pra isso.


Nós crescemos, o quintal não.  A gente se pergunta, como podia caber tanta coisa naquele quintal?

Quando olhamos pra ele, quase não o reconhecemos ... também não é pra menos ... a gente quase que não se reconhece como as crianças que lá brincavam.  E certamente, as 'nossas crianças' ainda brincam ‘naquele’ quintal de antigamente.


Queríamos crescer e sair dele, hoje pensamos nele ... e temos vontade de voltar.  Vai entender o ser humano!



segunda-feira, 24 de julho de 2017



PESADELO                                             492



jamie heiden



A cada passo que eu dava naquela rua encharcada e fria, eu sentia meu corpo congelar de baixo para cima.  A pele arroxeada, os tendões e músculos perdendo seu calor, o sangue circulando nas veias com dificuldade, levando o frio até os ossos, mas eu sabia, que mesmo depois de congelados eu poderia sabê-los úmidos.

Um após outro, sentia que os pés que pisavam o chão, não eram mais meus, que quase não me obedeciam, faziam um barulho oco na minha cabeça, cada vez que batiam no chão.

Ao contrário dos meus pés, as mãos ainda tinham alguma sensibilidade, jurava que havia objetos pontiagudos entre as unhas e a carne dos dedos, embora as mantivesse próximas ao corpo.  Chegava até a pensar no inferno e suas labaredas.

A roupa era pouca, a fome era muita e a pressa era tanta de chegar a um abrigo, que quase me esquecia do fato de que - os pés que pisavam o chão não eram meus.

A cortina de fumaça descia sobre todos, o ar rasgava as mucosas do nariz e garganta quando tentava chegar aos pulmões, que respiravam bem curto.


O dia era escuro, a noite jogaria a qualquer instante seu manto pesado sobre tudo, até que só restasse uma única cor.


domingo, 23 de julho de 2017




 ANÔNIMO                                             491






mark spain




Se quiser me matar
nada de flores
não saia pra dançar
não ouça o que ela diz
não a elogies, mesmo que
os elogios sejam autênticos.

Descarregue nela toda sua raiva
mesmo que não lhe seja devida.
Conserve-a guardada e segura
quieta, pra nada mudar.

Passeios românticos? Nem pensar!
Romantismo é coisa do passado!
Guarde-o pras horas de cama.
E não se demore no abraço
por tempo demasiado
seja breve.

Essa é uma receita infalível
siga à risca todos seus passos
terá uma flor morta nas mãos
é 'tiro e queda' ...
logo estarei morto
ou transferido a outro.

Se porventura
me quiser vivo
e a ela com viço
inverta toda a receita.


Ass. Anônimo


sábado, 22 de julho de 2017

https://amenteemaravilhosa.com.br/cada-pessoa-propria-batalha-interna/





PSI _________ 57 - Minhas considerações



Cada pessoa trava sua própria batalha interna







A verdade é que cada pessoa trava sua própria batalha interna. Uma batalha da qual muitas vezes desconhecemos os detalhes mais importantes, porque estão registrados apenas na cabeça de quem a trava. Por outro lado, uma pessoa com boa ou má intenção pouquíssimas vezes está consciente do quão prejudicial pode ser para os outros e para ela mesma.
Essa inconsciência se mostra frequente por uma razão alheia à intenção: nossa mente é como um trem que cria pensamentos sem parar, de forma frenética e vertiginosa. Dá voltas, cria hipóteses sobre o que acontece ao nosso redor, faz suposições, desenvolve novas ideias e conceitos, pensa e torna a pensar de novo, antecipa o pior e emite juízos sobre os outros… E também sobre nós mesmos. Claro.
Esse martelar incessante nos tortura, nos prejudica, e como lembrança nos deixa um “lixo mental”. Os cientistas afirmam que nós temos mais de 60.000 pensamentos por dia. Estima-se que muitos desses pensamentos (80% aproximadamente) são negativos, tóxicos e inúteis na maioria das pessoas.
Agimos em modo automático na maior parte do tempo. Assim, somos extremamente influenciados pelas nossas crenças; convicções que se formaram na nossa infância e se enraízam por meio das nossas experiências. Algumas dessas crenças estão no nosso subconsciente e, dessas crenças, nascem nossos pensamentos e julgamentos imediatos.


A mente e seus enganos

Se algumas das suas crenças são falsas ou pouco saudáveis, muitos dos seus pensamentos e julgamentos também serão. Estamos constantemente julgando. Julgamos as outras pessoas e nós mesmos. Mas o certo é que a consequência mais frequente é o sofrimento. Nossa mente emite julgamentos para nos proteger, por sobrevivência. Mas isso não quer dizer que, em última instância, esses julgamentos corroborem o propósito para o qual foram “convocados”.
Pensamos que o outro tem o mesmo ponto de vista que temos e, em partes, é por isso que sofremos tanto. Mas não é assim. Cada um enxerga a vida com lentes diferentes e o que para mim significa uma coisa, para você provavelmente vai significar outra. E nessa mentira de acreditar que todos deveriam ter o mesmo ponto de vista (o nosso, obviamente), nos atrevemos a julgar o outro. E inclusive a julgar a nós mesmos, esquecendo do erro intrínseco ao ato de julgar o passado a partir do futuro, tendo consciência das consequências de uma ação que antes não eram certeza, apenas probabilidades.
Nos dois casos, não são as outras pessoas que fazem você sofrer. No primeiro são as próprias expectativas que temos sobre as pessoas que nos fazem sofrer. Esperamos que os outros sejam como desejamos e nos tornamos incapazes de aceitá-los como realmente são. Esse é, ao mesmo tempo, o início e o final da batalha.
Paradoxalmente, quando você para de julgar e massacrar as outras pessoas, também para de julgar e massacrar a si mesmo, porque a forma como julgamos os outros costuma ser também a forma como nos julgamos.


A aceitação e o amor curam tudo

Quando você aceita sua essência (com todas as sombras inclusas), você começa a enxergar com doçura a sombra das outras pessoas. Quando achamos que alguém nos ataca, no fundo pode ser que esse alguém esteja travando sua própria batalha interna. As pessoas fazem isso inconscientemente, a partir das suas feridas emocionais e suas estratégias de sobrevivência aprendidas na infância quando se sentiam profundamente feridas na busca pelo amor e pela aceitação. Às vezes, muitas vezes na verdade, tudo isso as leva a agir assim.
Por isso, quando você acha que alguém está atacando, lembre-se de que é provável que não seja um ataque consciente, mas uma sombra que você imagina ou que o outro projeta sem intenção, pelo menos sem essa intenção.
O amor aumenta à medida que o julgamento diminui.
Devemos aceitar quando outras pessoas não se comportam como gostaríamos, quando não cuidam de nós da maneira que desejamos, mas de outra. Estamos aqui antes para amar que para julgar, para sentir antes de raciocinar. Assim, se alguém desenha um círculo para excluir você, desenhe um maior ainda para se incluir.
Lembre-se de que o amor aumenta à medida que o julgamento se torna flexível, compassivo e piedoso. O amor nos proporciona felicidade, o julgamento estrito nos traz sofrimento. Não entenda o amor como algo que se pode remover como um apoio ou um castigo: o amor incondicional está acima disso.


Vítima ou responsável pela batalha?

Se pararmos de julgar e começarmos a olhar com o coração, nossos sofrimentos começarão a desaparecer. Você escolhe ser vítima ou responsável. A vítima justifica, mente, coloca culpa, reclama e se rende. O responsável assume que o que existe na sua vida não se deve às circunstâncias externas, mas ao que ele mesmo criou, e ele mesmo é o único que pode mudar sua realidade.
A vida vai proporcionar experiências para que você abra os olhos, mas a decisão de ser vítima ou responsável é somente sua. Quem não aprende com sua própria história é condenado pela vida a repetir os próprios erros. Serão experiências diferentes nas formas, mas iguais no conteúdo.



_________ 57 - Minhas considerações

" ...Quando você aceita sua essência (com todas as sombras inclusas), você começa a enxergar com doçura a sombra das outras pessoas..."

E isso é tudo, não detemos o poder de julgamento do outro com relação a nós, mas temos o controle do nosso próprio julgamento em relação ao outro.


[Da música Dom de Iludir]


https://amenteemaravilhosa.com.br/quando-ego-fala-verdade-cala/




PSI _________ 56 - Minhas considerações




Quando o ego fala, a verdade cala











Tudo aquilo que tem ego, profana, esmorece, definha, se esvai…
Tudo aquilo que tem alma, perdura…
A alma terá conversas sinceras conosco, enquanto o ego continuará mascarando a verdadeira essência que habita a nossa realeza interior, nos trazendo superficialidade.


“Você deve transcender o seu ego e descobrir o seu verdadeiro ser.
O verdadeiro ser é a parte permanente, é a parte mais profunda de você.
É sábia, amorosa, segura e cheia de alegria.”



Mas afinal, o que seria o ego?

Sabemos que muitos de nós vivemos na superfície, nos perdemos no titubear das aquisições apreendidas nas vertentes sociais que assistimos pelas janelas da mídia.  Muitas vezes o que movimentará o ego serão essas possíveis vertentes sociais.

Tantas vezes nos comportamos de forma onde seremos o que condenamos nos olhos do vizinho, onde primaremos, infinitas vezes, pelo erro de conduta, demonstrando total falta de percepção acerca de si mesmo e da sociedade em que estamos embarcados.
Tendemos a valorizar quem tenha algum tipo de status, onde aquele que tem pouco é visto como indivíduo inferiorizado perante os demais. Não sabemos bem ao certo medir as coisas com exatidão e erramos na dosagem, quando o assunto é diminuir nosso semelhante.
Afinal, quem somos nós?
Acredito que somos todos compostos de finitudes viscerais e que todos aqui, apesar de nossas limitações, somos basicamente e intrinsecamente iguais. Agimos em conjunto e o inconsciente coletivo encontra-se movimentando suas falanges a ponto de nos obscurecer a visão. Tendemos a valorizar, em sociedade, quem tenha algum tipo de status, isso movimenta o ego da coletividade.

Mas afinal, para que serve o ego?

Para Jung, o ego é a parte que constitui a mente humana, que funciona como um processo funcional composto por tudo que vemos, convivemos e percebemos. É, portanto, muito mais do que o que chamamos de “Eu”. Seria uma junção de lembranças, sentimentos e ideias que posicionam nosso comportamento e nos torna conscientes.
Desde que nascemos, aprendemos a agir mascarando nossa essência. O ego serve para que possamos nos proteger, de forma que, muitas vezes, estaremos negando nossas virtudes. Tudo aquilo que tem alma, que tem vida, que brota do nosso lado de dentro, é a manifestação pura de nossos impulsos originais, como o amor transcendental, por exemplo.
O amor nos protegerá, em muitas circunstâncias, de nós mesmos. É ele quem irá nos conduzir quando tudo em volta for escuridão, quando estivermos naufragados nos mares das incertezas que permeiam nossas obscuridades. Como disse Thomas Hobbes, “O homem é o lobo do próprio homem.”
O homem perseguirá a si mesmo toda vez que sentir-se insuficiente e diminuído perante os demais. Ele se sentirá diminuído quando seu ego estiver exaltado, quando não estiver falando abertamente e profundamente com o seu eu verdadeiro, que é a sua alma.
Uma conversa sincera e amorosa consigo mesmo evitará, pois, muitos dissabores que possivelmente viriam visitar almas que insistem em andar por ruas trevosas e escurecidas.
Ser capaz de dizer a si mesmo que somos falíveis, que não somos perfeitos, que erramos, que podemos ser maculares, inacabados, fará com que possamos dar novos passos rumo a melhores resultados na primazia de nossas atribulações cotidianas.
Valerá a pena sermos íntegros, honestos e sinceros conosco, vibrando com a força amorosa que habita o interior de cada um de nós, atingindo, então, nossa excelência, com a certeza de que não devemos jamais buscar pela perfeição, pois isso deformaria nossa tentativa de sermos essencialmente humanos.
Tudo isso nos incumbirá, na tarefa de resguardarmos a nós mesmos, de nos protegermos enquanto indivíduos capazes de aprender com nossas deficiências, enaltecendo a pérola que reside dentro de nosso mundo interno, valorizando aquilo que tem alma, aquilo que tem vida e que fale diretamente com o nosso coração. Nosso coração não é peça de liquidação que enfeita a vitrine, pois no fundo sabemos que quando a esmola é quase gratuita, o santo com certeza há de desconfiar.
Encerro com um pensamento de minha autoria:
O ego, para morrer, basta transcender.
A vida, para nascer, basta não fenecer.
O amor, para estar vivo, basta acordar para as realidades da vida.
As vicissitudes existem para que tenhamos a certeza de que as coisas emergem através da atemporalidade latente em nós.
Para que as coisas possam fluir livremente, basta que tenhamos esperança.
Asas nos foram dadas pelo espírito voraz do tempo, que insiste em nos saudar todas as manhãs…
Sonhos sempre surgirão, se não nos encontrarmos na escuridão…
Sorte é dos que têm esperanças e as tornam vívidas nos sortilégios das horas.
Sorte é aquilo que brota quando o mundo desaba em ruínas, em nosso derredor.
Vertentes verdadeiras brotarão como águas cristalinas, desfazendo nós, abrindo lençóis engomados pelo espírito desperto desse tempo.
Um pouco de lucidez nos fará dar passos mais certos rumo aos degraus que precisamos adentrar, para que ajamos com sabedoria, respeitando as horas inexatas das cortinas adormecidas que aguardam pela oportunidade de amanhã podermos, novamente, recomeçar.
Recomecemos uma vez mais para não cansarmos a beleza de nossa alma, na esperança de contemplarmos novos amanheceres, ávidos do vir a ser e do acontecer…
Das novas tentativas, seremos exatamente aqueles que nascemos para ser, nos tornando capazes de tornar esse mundo digno de ser vivido, na serenidade de novos entardeceres, que estarão ansiando por novos alvoreceres.
Enquanto houver vida, haverá esperança…
Enquanto houver esperança, haverá motivos para lutar, exaltando em nós a vida que permeia a transitoriedade de todas as relações.


_________ 56 - Minhas considerações

"Não somos apenas o que pensamos serSomos mais: somos também o que lembramos e aquilo de que nos esquecemos; somos as palavras que trocamos, os enganos que cometemos, os impulsos a que cedemos 'sem querer' ..."   _____Sigmund Freud


Mais uma vez eu digo, é preciso coragem para silenciar o ego e deixar a voz da verdade falar.