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RETAS QUE DANÇAM
Imaginamos que seguimos numa trajetória reta, quando consideramos nosso ponto de partida e o ponto em que estamos, já que caminhamos pelo espaço e avançamos no tempo. Na realidade, desenhamos uma linha que dança, rodopia, enrosca-se em si mesma, volta atrás e segue adiante; tudo isso num único segmento, ininterrupto, sem partir-se, numa continuidade quase sem sentido, revelando-se estar muito longe de ser uma reta. Estes são movimentos que um gráfico elementar e cartesiano, é incapaz de mostrar, já que não considera outras variantes modificadoras da nossa trajetória.
Sonhos, enganos, falsos atalhos é que nos tiram da simplista representação retilínea, e nos projetam a desvios surpreendentes, riscados de improviso - às vezes nos fazem voar, às vezes nos fazem rastejar, noutras nos fazem cair, bem abaixo do ponto inicial - num resultado bem diferente do que desejávamos. Deformam a trajetória imaginária, acrescentando um 3D a ela.
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