quarta-feira, 7 de junho de 2023

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UM MAIS O OUTRO

Abandonei à própria sorte, um sentimento nascido genuíno e autêntico, depois de atingir o status de 'entidade com vida e vontade' - um ser quase autônomo e capaz de fazer escolhas, quando lhe foi possível.  

Condenei-o assim, a morrer à mingua, de sede e fome, ao relento e abandono.  Culpo-me, talvez(?), por ter-lhe dado muito mais do que ouvidos, de ter-lhe dado acolhida e um teto para morar.  

Foi forçoso que eu o despejasse, a contragosto dos dois, mas dói-me vê-lo pelas ruas e becos, a mendigar abrigo, como um indigente - coisa que ele não é, pois já teve nome, sobrenome e endereço fixo.



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