PALAVRAS-CHAVE
Sentei-me, em uma das beiras do planeta. Fiquei ali, balançando as minhas pernas no vazio e pensando: de como me certificar, sobre o quanto o universo estaria comprometido, em conspirar ao meu favor - qual o seu grau de envolvimento a esse respeito.
Imerso naquele oceano de ar, considerei que gritar meus desejos não seria viável, talvez, minha voz não fosse percebida, dentre outros tantos barulhos! Qual seria a linguagem, através da qual eu me fizesse entender?
Então, meus dedos se transformaram em pequenas baquetas, que ao invés de provocarem sons, desenhavam no ar, mais que escreviam, letras douradas dançantes, formando palavras-chave, que traduziam os meus desejos. Elas permaneciam por um certo tempo, pairando sobre o papel instável que teimavam em usar, tentavam se fixar nele, mas depois desapareciam no espaço; como traços de tinta solúvel, num grande balde de água. Foi aí que entendi - que tinha conseguido me comunicar com o universo, de uma forma efetiva.
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