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UM OLHAR SOBRE O COMPORTAMENTO HUMANO
SENTINDO NA PELE
Têm coisas que
os olhos veem, mas se pudessem, escolheriam não ver. Os nervos experimentam sensações que os
deixam em frangalhos; os ouvidos ficam doloridos, por palavras cortantes, que
entram pelas cavidades sem portas; e igualmente aos olhos - os nervos e ouvidos,
também prefeririam não terem sentido, nem escutado.
Tudo que o espírito presencia, desce e expande-se pelo corpo, através das terminações
nervosas, ficando gravado na memória; não na lembrança localizada no cérebro;
mas em cada uma das células do nosso corpo, pois é por meio delas que vemos,
sentimos e guardamos as impressões, de tudo o que nos acontece. A mente se encontra dispersa por toda a nossa
constituição física, é por intermédio da carne, que o espírito pode sentir - ele sente na pele, literalmente.
Depois dos fatos
inevitáveis, pelos quais passamos, uma memória negativa, fica como resíduo e incorpora-se
à cada célula - alterando sua estrutura e funcionalidade. Se não transformarmos o significado dessa ‘memória’,
podemos ver nossas ‘unidades de vida’, serem consumidas, pouco a pouco, pela
doença emocional, mental, psíquica e finalmente, física. O corpo é feito de inúmeras partes: células,
tecidos, órgãos, sistemas, todos interligados, atuando de maneira magnífica;
porém o sistema nervoso, o endócrino e o imunológico têm uma ligação direta e
simultânea, qualquer abalo sofrido num deles, impacta aos outros.
Impossível apagar
essas memórias de tempos difíceis, que ao relembrá-las, com toda a sua carga
emocional, voltamos a sentir as mesmas dores de antes. Se não substituirmos a ‘sensação de sofrimento’, que elas carregam, por um ‘sentimento de superação’, que podem conter, seremos vítimas de nós mesmos. Os fatos inevitáveis e desagradáveis não são
opcionais, mas a releitura deles é uma escolha, que podemos fazer pela nossa saúde.
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