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MUITO MAIS DO QUE DUAS
18/07/20
Acordar no meio da noite, sem saber a hora que é, é extremamente desagradável.
A cabeça passa a pesar mais do que o meu próprio corpo. Ela se põe a trabalhar, acorda todo o resto, dando-lhe alguns comandos aos os meus sentidos adormecidos, altera batimentos cardíacos, as pernas querem movimento, o estomago reclama comida, a bexiga precisa ser esvaziada, ideias surgem numa fecundidade e velocidade espantosas - o resultado é: que é impossível achar uma posição confortável, para permanecer na cama, embora esteja muito boa. É como ter um cavalo descansado, enquanto sozinho, puxa a carroça, ainda precisando de reparos/refazimento, forçando-a a rodar por caminhos cheios de pedras e buracos.
Uma ideia se acende, puxando uma segunda, e assim vai, fervilham todas juntas, muito mais do que duas, parecendo crianças inquietas e barulhentas, presas dentro de casa, num dia chuvoso.
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