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AH! SE A GENTE PUDESSE!
11/07/20
A medida que o tempo vai passando, somos apresentados a novos tipos de dor: a uma dorzinha de ouvido, a dor do crescimento. E assim, vamos nos acostumando a suportá-las, porque a maioria delas, vem e vai.
Às vezes, bem mais cedo do que gostaríamos, vamos tendo contato com outras dores, as que não são físicas - que ninguém sabe que dói, mas dói. Essas são as piores, pois contra elas não existe analgésico ou unguento conhecido. Podemos até fazer de conta, que não estamos sentindo nada, mas ela não vai embora, e em algum instante, vai minar a nossa capacidade de tolerância.
Mais crescidos, passamos a fazer nossas escolhas e algumas delas, não são as mais felizes. Em consequência, podemos ir ao encontro de uma dor, que faz parte do caminho escolhido, e além de padecermos dela, temos a plena consciência, de que somos os responsáveis por ela.
Ah! se a gente pudesse colocar uma dor terrível, dentro de uma caixa de vidro, hermeticamente fechada e transparente, e nos fosse possível olharmos para ela, conservando-a distante de nós, não permitindo que ela nos atingisse, de forma tão impiedosa! Mas ela está dentro de nós, não tem como fazermos essa separação, o sistema nervoso emocional, também é todo conectado, senão com nervos de material vivo, mas com ligações de outro tipo de material, tão sensível quanto os nervos de carne.
A dor emocional é um espinho, que alguém colocou em nós, e que deixamos que ficasse lá. Só nós é que podemos retirá-lo.
Quanto à ideia da caixa de vidro, pode nos servir como um artifício (por um minúsculo lapso de tempo, se possível), que podemos usar, para analisarmos do que é feito o espinho, porque ele nos fere tanto e como podemos retirá-lo?
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