PELO LABIRINTO 496
Eu
me vejo num labirinto de espelhos ... vários universos exteriores refletindo
tudo o que está dentro ... somos espelhos, andamos por aí, refletindo-nos uns
aos outros, é assim que nos enxergamos ... numa visão um tanto estrábica da
realidade, porque os espelhos de areia e água não são fieis ... eles são
mentirosos,
eles
nos mostram o que queremos ver.
Eu
me enxergo no outro - quando ele faz ... ou não faz ... quando diz ... ou não diz.
Eu
vejo o que não quero ver, o que não gostaria de enxergar, às vezes até me faço
de cego, pra não admitir que vi. Me
faço de ‘míope’, considerando tudo muito distante de mim. Finjo que não é comigo.
Tudo
em vão, porque logo mais à frente há outro espelho, maior e mais límpido, que
me mostra a mesma imagem anterior, amplificada e desenhada de tal forma que não
posso ignorá-la, ou fazer de conta que não a vi.
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