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MORADA DA NOITE
Sentei-me à beirada da noite. Deixei o meu corpo cair para dentro dela - deslizar sobre sua escuridão acetinada e fria. Foi como se mergulhasse num oceano vazio, mas fui afundando aos poucos, como se algum fluido transparente oferecesse resistência ao peso dos meus ossos e carne. Pareceu-me, que eu derretia manteiga, sob meu peso quente, deixando sulcos atrás de mim. Ironicamente, escorreguei, em vez de subir para o céu - morada da noite.
Quanto à minha consciência, não houve resistência nenhuma, ela nadou ou voou, ñ sei bem ao certo, mas a sensação que tenho, é que ela chegou ao fundo ou ao alto(?), muito antes do que eu.
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