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CEDO OU TARDE, TARDE OU CEDO
Quem se auto proclama possuidor, obviamente necessita de obter o controle. Mal sabe ele, que quem está sob controle é ele - porque ‘não se controla o incontrolável’. Assim, passa a depender do objeto ou pessoa que tenta controlar, para buscar um equilíbrio, que ele mesmo alterou - ao escolher ter a posse, em vez de desfrutar das coisas ou da companhia das pessoas.
A sua tentativa de controle não lhe garante satisfação, nem tampouco contenta aquele a quem tenta prender - que cedo ou tarde, escapa-lhe das mãos. Tarde ou cedo, as coisas se gastam por si mesmas.
Todos temos momentos de brilho e alegria, porém a vida não estende tapete vermelho a ninguém o tempo todo, nem oferece pódio ou regalias constantes - ela não se presta a fazer barganhas e quando percebe uma intenção escusa e implícita, trata logo de mostrar quem é que define o rumo dos acontecimentos, porque ela é do jeito que tem que ser. Os desejos são a aspiração do ser: de destaque e poder, mas o desapego é a lição a ser aprendida.
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