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UM OLHAR SOBRE O COMPORTAMENTO HUMANO __ O DONO DA BOLA E O FIM DO JOGO
Certas pessoas se julgam 'Os Donos' da bola. Brincam, quando querem e a recolhem, se a brincadeira não lhes favorece. Hoje falarei sobre isso - das pessoas que dão muito mais importância à 'Posse' da bola, do que para a brincadeira em si ou para a própria bola - transformando-a em símbolo de poder. É importante lembrar, que em cada jogo, só há um Dono ... dois Donos nunca jogam juntos, porque com meia bola não se joga e jogar com duas é impossível.
No início da brincadeira parece que as regras são justas e comuns, para todos os lados - a coisa transcorre em diversão e leveza: a bola passa de mão em mão ou de pé para pé, é valido inclusive, uma cabeçada aqui, um matar no peito ali. Aos poucos vai-se percebendo, que certas regras servem para quase todos os participantes, menos um: aquele que se intitulou 'dono' e apossou-se do artefato em questão - a bola, que em lugar de ser um instrumento de interação sadia, passa a ser objeto de disputa, gerando confronto e hostilidade.
À essa altura do jogo, a coisa fica tediosa, pois é clara a intenção tendenciosa, uma predileção imposta, de beneficiar apenas um jogador, para quem deve haver sempre um atenuante e desculpa, para qualquer comportamento menos cortês ou devido.
Ao se darem conta da dinâmica estabelecida, da manipulação de regras e permissões, os demais participantes demonstram uma legítima indignação, quanto à forma de se conduzir a folia: pela falta de reciprocidade, pela falta de respeito e pela absoluta falta de graça, que toma conta da brincadeira, altera a natureza do grupo, antes tão harmônico e alegre, agora discordante e irritadiço.
É nessa hora, em que, o autoproclamado 'Dono' da bola dá um fim ao jogo, retirando-se, birrento, com a bola debaixo do seu braço - retornando à idade emocional, em que permanece estacionado.
P.S.: Para ficar bem claro, do seu interesse 'momentâneo' pela bola, às vezes, não satisfeito em dar fim ao jogo, ele simplesmente,
estoura e rasga a bola.
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