segunda-feira, 20 de dezembro de 2021
sexta-feira, 17 de dezembro de 2021
A voz pode calar. Pode perceber, que perdeu a eloquência ou cansar-se, ainda pode optar pelo mutismo seletivo. Uma voz, nascida forte, pode aos poucos, sentir-se cerceada e tornar-se com o tempo, praticamente desnecessária, ao final de tentativas infrutíferas na comunicação. O sentimento e o pensamento não se calam nunca, um sobe e o outro desce, caminham até a boca, e lá ficam presos, entre os dentes e os lábios cerrados. O que deveria ser a foz, torna-se cela e apatia.
sexta-feira, 10 de dezembro de 2021
1432
SEMENTE
A frieza, de cima da mesa não era tua. Era sumo da verdade crua, do sopro que já não existia, largado sobre a pedra fria. O calor que em meu peito ardia, era fruto do exemplo inteiro e é flor, que revive no meu canteiro. Como um espinho invisível, pode causar essa dor incostestável!? Essa vida, que em mim, ainda vive, é certeza adquirida, de que sou literalmente, apenas, uma semente tua!
terça-feira, 7 de dezembro de 2021
1431
SOLO LO QUE QUEDA
No se sabe en qué orden sucedieron esas cosas:
arrancar las fotos, comerse la esperanza, espantar la alegría y quemar las
flores de papel. Después de todo eso, él quería continuar la historia, de la misma
manera que antes. Después de apagar la luz y oscurecer la casa, él esperó la cama
tibia, el café recién hecho, la atención, como si nada.
Allí se fue la claridade y la esperanza se desvaneció. La cama se ha enfriado, el café se ha agriado.
Ya no hay razones para cantar y bailar ... ni amar ... Solo queda: llorar y no esperar nada.
sexta-feira, 3 de dezembro de 2021
quarta-feira, 1 de dezembro de 2021
1429
ALGUMAS E CERTAS
Algumas ideias e certas necessidades, nos levam a dar uma volta ao mundo, através dos nossos pensamentos, gastamos fosfato para arranjar um jeito de realizá-las ou suprí-las; mas é a dor que nos traz de volta ao presente, ao ponto essencial, ao que realmente é, e o que importa. Somos obrigados a repensar sobre as prioridades e sobre a classificação de urgência que damos a elas. É nessa hora que nos lembramos da célebre frase - "éramos felizes e não sabíamos". Quando a adversidade vem e passa uma rasteira nos nossos planos para o futuro, eles estouram como bolhas de sabão em pleno ar. Nossa mente nos dá as asas, com que tanto sonhamos e o nosso corpo as arranca.
Essa retomada de consciência forçada, faz parecer que tanto as 'algumas ideias' quanto as 'certas necessidades', são muitas, são incertas e dispensáveis. O nosso apego e a vontade anteriores, tornam-se ridículos, em face da nova situação, que nos põe cara a cara com a real importância do momento. Lá se vão as asas e nos resta na boca, o gosto metálico do medicamento ministrado. Vemos a nossa humanidade sendo exposta, na mesa de cirurgia da realidade, deixando bem claro que somos feitos de carne e ossos bem doloridos, muito antes de sermos seres pensantes, sobre nossas conjecturas a respeito de filosofia ou qualquer outro assunto. Enquanto nos vemos presos à terra e às necessidades básicas de bem estar, tudo o mais, que nos era tão importante, esvazia-se.