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PARA ALEGRIA E BELEZA
17/01/21
Dera-me conta do sentimento que brotava no chão do meu coração. Não me lembro de tê-lo semeado, tampouco lembro de adubar o terreno. Foi como se eu me visse numa inauguração, sem ter recebido um prévio convite, sem que soubera o que estaria sendo exposto.
Ainda não sei, se foram os ventos da vida que o trouxeram ... ou se foram os caminhos que tomei, que me aproximaram da semente, que ora nascida do solo, fora antes, um grãozinho amarronzado, quieto e tímido, por algum tempo; que aos poucos foi abandonando o aconchêgo da terra, rasgando a fina camada que o protegeu, no início cabisbaixo e fraco; para se tornar altivo, ereto e de braços voltados aos céus e à luz.
Talvez, o grão já estivesse lá, há algum tempo, inerte ... mas só pôde germinar, quando encontrou as condições necessárias. As mesmas condições, que adversas, não foram capazes de fazê-lo desaparecer.
Hoje, eu o mantenho, digamos assim 'in vitro' - não exposto aos olhos de fora, mas o conservo, para alegria do meu coração e beleza dos meus próprios olhos.
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