Achegou-se, muito perto, tocou-me profundo e fez-se parte do pensamento, do sonho. Temi que eu ficasse subjugado e depois, de mim se afastasse, me deixando desconexo, por uma atenção retirada ou imerecida.
Ou que fosse uma delicadeza finita, que com o tempo acabaria resfriada, caída no esquecimento, me devolvendo ao mar das ondas vorazes. Foi um medo justo e natural, de quem se arrisca a abraçar um destroço à deriva, quando se está longe da costa e que a qualquer momento pode afundar. Não que considerasse a você, como sendo um destroço inerte a vagar, mas como alguém, que me oferecia braços vigorosos, quando os meus já estavam cansados de nadar.
Foi tudo isso, intenso e cativante; arrebatador e ao mesmo tempo, asfixiante. Estou de volta ao mesmo mar, com outras ondas, talvez, não tão violentas, porém ameaçadoras, que testam a minha capacidade, de me manter acima do nível de suas águas, por fortes e rápidos movimentos, mantidos por longas e arquejantes respirações.
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