terça-feira, 31 de outubro de 2017




ONDE É QUE ESTÁ ESCRITO?
551








Eu sei que as respostas estão aqui. Onde mais?

Vou precisar jogar o jogo do 'ligue os pontos', pra chegar até elas.

Onde as coloquei, que de tão bem guardadas, não as encontro?

Onde foram inscritas?  Em códigos, numa combinação secreta de algarismos e letras - a chave da fechadura?

Talvez eu necessite de alguma claridade, antes de quebrar uma janela ou inventar uma porta.

Ajudaria, uma pequena chama acesa nesse cômodo de 'acumulador'.  Acesa por mim, ou por outra pessoa, que me permitisse ser possível garimpar, em meio à bagunça do desnecessário,  meus verdadeiros tesouros.

Que os tesouros que procuro, não estão nos garimpos alheios e sim no meu - ainda que bem escondidos.



segunda-feira, 30 de outubro de 2017




RODOPIO
550









Pela força centrífuga
... bateram em fuga.
Os pensamentos meus
... eu lhes disse adeus!
Livrei a cachola
de toda caraminhola!

Me deixei levar
e comecei a rodopiar
sobre um único pé.
Eles foram morar no rodapé!



domingo, 29 de outubro de 2017




DAS RANHURAS E RACHADURAS
549









Ranhuras, sempre devem existir em mim, pra  que eu possa me encaixar ao ressalto de uma outra parte, que me faça melhor, menos imperfeita.

Rachaduras, devo cuidar pra que por elas entre o que é preciso dentro de mim, e que através delas eu possa drenar o que não me serve mais.  Se possível for, por elas espero que vertam as gotas que podem irrigar a estrada dos que vierem depois.

Através das ranhuras e rachaduras, farei as modificações necessárias, e poderei manter meus sentimentos, pensamentos e ações numa linha de harmonia, pra obter um caráter íntegro, perante mim mesma.









‘UM OLHAR SOBRE O COMPORTAMENTO HUMANO’
44 - FÔRMAS E FORMAS












O toque frio da pérola com a pele humana é semelhante à aparência da nossa resistência à dor, quando adquirida.  Não nos remete à concha fustigada pelo grão de areia invasor.  A pérola em contato com a pele rouba calor, a aparente frieza de nossa resistência não é de graça.

Os pensamentos entram na mente por uma porta giratória, se demoram um certo tempo por lá, emaranhando-se com os que lá já existem, e saem pela mesma porta.

Podem voltar, ou não.  E por não voltarem, quase me esqueço deles, tenho uma vaga lembrança, com a estranha sensação de que passei por uma lobotomia involuntária, sem certeza de que seja real.

Podem ser, um dragão empoleirado sobre um castelo em chamas, ou as bochechas redondas de uma criança dormindo no berço...

O movimento anti-horário da porta, que não tem trava, é constante e intenso – e é surpreendente o quanto pode caber lá dentro!

Oficina eficiente e eficaz pra trabalhos específicos de transformação e aprimoramento – onde nada se perde.

Conhecimentos e pensamentos que permanecem guardados há tempos, encontram serventia.

A mente opera processos que nos escapam ao ‘racional’ – que não conseguimos explicar.

É um instrumento, que quanto mais se desgasta mais forte fica - capaz de alterar a matéria e renovar o mundo.

Como?  É desse laboratório que saem as novas fôrmas que darão origem às novas formas.



sábado, 28 de outubro de 2017





MINHA NOVA VERSÃO
548










Das raízes brotarão os meus pés
do meu tronco, as pernas, o abdome, o peito.
A cabeça ficará em meio à copa das folhas
os braços, misturados entre os ramos
todos, em direção ao alto!
As flores trarei nas mãos!
A seiva, percorrerá todo o meu ser
até que faça pulsar de novo o
meu coração!














RE_EDIÇÃO

 ‘UM OLHAR SOBRE O COMPORTAMENTO HUMANO'

16 – CONFLITO, O VILÃO? 







Pensamento, sentimento e comportamento são três forças diferentes – geralmente, divergentes entre si - quanto aos seus interesses particulares. Fato que revolve as entranhas de qualquer um, porque divergem nas sensações que provocam ... há que se entenderem, com vistas a um objetivo único: a harmonia do ser.

De início, tendências antagônicas - mas que devem estabelecer um diálogo franco entre si - e chegar a um acordo sobre quais delas devem ceder em favor de um propósito comum.  Esse convencimento não deve se dar a força, mas de forma que nenhuma das partes se sinta menosprezada e que cada uma tenha sua visão considerada.

Forças inicialmente divergentes, porém que convergem na obtenção de um propósito maior - a paz interior!

Ainda acreditam na 'vilania' do conflito?







sexta-feira, 27 de outubro de 2017





A VIRADA
547










Era 31 de dezembro, noite da virada, em que as pessoas se programam sobre o que fazer, comer, beber e vestir.  Alguns preferem o branco – por tradição ou pelo efeito da cor nas fotos.  Outros escolhem outras cores, até por rebeldia.  Uns se contentam em vestir o que têm.

Ela escapou do branco total, tinha escolhido pra aquela noite, um vestido branco com pequenas listas azul marinho.  Era algo bem atual, com babado na barra e nas mangas – uma verdadeira pechincha.

Escolheu brincos azul royal, de pedras brasileiras pra usar junto, correntinha, pulseira e anel dourados.  Usaria um tamanco de verniz branco, com sola de cortiça – perfeito!

Cuidou do cabelo – encaracolou as pontas.  Caprichou na maquiagem, acertou nos tons – deu destaque aos olhos.  Passou um perfume que havia ganho e guardou pra essa ocasião.

Depois de todo o preparo, colocar o vestido foi a última coisa que fez.  Olhou-se no espelho e gostou muito do resultado, tinha superado a expectativa.  Até seu cabelo tinha colaborado – e as mulheres sabem o que isso significa, coisa rara.

Estava se sentindo muito bem, confortável, vestida adequadamente pra ocasião e local.  Sabia disso.  Embora simples e discreta, a sua escolha lhe caiu bem.  Preferia sempre pecar pela falta, do que pecar pelo excesso de adornos.

Foi nessa hora, em que seu marido, como quem não entende nada de estilo ou delicadeza, olhando pra ela, a mirar-se no espelho, fez o seguinte comentário:

“Você vai com essa roupa esquisita?”

Como em outras oportunidades, teria sido um balde de água suja, despejado sobre ela – capaz de desmanchar o penteado, encharcar sua roupa e desintegrar sua autoestima.  Mas dessa vez não.

Pela pausa de silêncio que se fez, parecia até que tal comentário passaria em branco.

Aí então, ela com uma voz calma e assertiva, fez a pergunta:

“Quando foi?”

Ele não respondeu, porque não entendeu, achou que ela começava um outro assunto.

Ela perguntou de novo:  “Quando foi?”

Ele, invocado disse:  “Quê? Foi o quê?”

Aí então ela fez a pergunta completa:

“Quando foi que você me fez um elogio?”

Ele não respondeu, não tinha a resposta.

Mas ela tinha e falou:  “É de sua essência ser rude, sempre tentar acabar com a alegria do outro!”

Se antes ele não tinha resposta, agora muito menos, se calou por completo.

Ela acrescentou com a mesma calma e assertividade:  “Eu estou me sentindo muito bem e sei que estou bonita.  Guarde a sua opinião pra si mesmo!”


Ele continuou sem palavras - não porque tivesse mudado de opinião a respeito – mas porque, pela primeira vez ele entendeu, como se ela tivesse ‘desenhado’ isso pra ele – que a opinião dele não fazia a menor diferença pra ela!



quinta-feira, 26 de outubro de 2017





RE_EDIÇÃO
Bala de anis
26/10/15











Antes que outubro se acabe devo contar-lhes uma história.  É sobre minha infância, de como a senti e de como eu me lembro dela.

Crescemos no quintal da casa da vó, nós quatro, eu a mais velha; numa escadinha de dois em dois anos, depois meu irmão, minha prima e minha irmã.

Poderia falar sobre muitos acontecimentos durante esses poucos anos... Minha irmã odiava mantecal. Eu gostava de "delicado" que o vô comprava a granel, embrulhado em papel comum... Eu adorava as azuis, gosto de "anis", então eu comia as de todas as cores e deixava minhas preferidas por último. 

Brincávamos de praia, sabe o que é isso? O sol deixava sombras no chão, onde era claro era a água, onde dava sombra era a areia. Eu gostava de brincar de escritório! As brincadeiras mais loucas eram para os outros três, mais novos. Tinha uma que causava medo: era pegar um espelho e colocá-lo debaixo do nariz para que refletisse o céu, e andar sem saber onde pisar! Parecia que íamos cair... Nem sei quem inventou!

Comíamos doces baratos e éramos felizes! Só tínhamos aquele quintal e era grande o bastante pra correr e crescer! Acho que lidamos bem com as "minorias", falo sobre como nos entendíamos(às vezes não muito) com meu irmão, que era o único homem da turma.

Lembro da hora do banho, era quase uma linha de produção. Do mais velho ao mais novo, essa era a seqüência, só alterada pela minha prima que ficava com os dedos enrugados e era deixada sempre por último.

Para eles eu era a mais chata, porque minhas idéias eram diferentes das deles! Mas a cumplicidade e o amor eram presentes! Até hoje somos muito ligados, a felicidade de um é a do outro e a dor do outro é a dor de todos!

Pudemos desfrutar do carinho de avôs, de pais, de amigos! Cada um tomou seu rumo, como era previsto! 

Antes que fôssemos cuspidos para fora do "feroz carrossel da vida", tivemos a noção exata do que é "ser feliz". É essa lembrança que nos mantém de pé!

Dedico aos meus três irmãos!


mantecal = um biscoito doce feito com banha de porco.


UM BOM DIA
546



arte: jamie heiden



A felicidade sempre morou ao seu lado,
a uma parede de distância,
ao alcance da mão.

Ele nunca dignou-se a bater-lhe à porta,
fazer-lhe uma visita.

Ou forçar um encontro casual, na rua,
pra sentir como ela era boa.

Imaginou sempre, bons muros entre os dois,
altos e grossos, aos quais escalava, às vezes,
curioso, pra espiar como vivia a vizinha.

Não teve a coragem de abrir a janela de sua casa,
toda a vez que ela passeava pela sua calçada.

Não conseguia olhar em seus olhos
e nem lhe dar um bom dia.






terça-feira, 24 de outubro de 2017


MIENTRAS ESO
545






arte: cheiro de alecrim




Mientras el pasado duerme en la piedra 
y el futuro sueña en la espera 
el presente respira en el cuerpo!




mientras eso = enquanto isso










‘UM OLHAR SOBRE O COMPORTAMENTO HUMANO’
43 - A PRINCESA SEM REINO





arte: mila marquis



Não me recordo de terem se referido a mim, quando criança, como sendo uma ‘princesa’.  Ainda bem.  Já é bem difícil corresponder ao que se esperou de mim e ao que eu esperei também.

Fui educada da mesma maneira que foram outras tantas meninas, minhas contemporâneas, longe da ‘realeza’, pra sermos pessoas de valor, mas nunca mencionaram ‘trono’ algum.

Não me contaram ‘estória’ alguma, não me deram uma ‘persona’ pra que eu representasse, simplesmente eu me sentia eu.

Se dissesse que nunca quis ser tratada com algum privilégio, seria mentira, mas hoje agradeço ‘não terem dourado a minha pílula’.  Ao meu tempo, eu pude ingeri-la e apreciar-lhe o gosto.  Eu teria ficado muito brava com a falsidade de uma  ‘estória’ que tivessem me contado.  O tombo foi grande o bastante, mesmo não tendo expectativa de ocupar um possível ‘trono’.

Hoje eu vejo, as garotinhas sendo chamadas de ‘princesas’, tenho dó delas.  Seriam necessários muitos ‘reinos’ pra tantas ‘princesas’!

Esse sonho tem prazo de validade muito curto, ele acaba muito antes do que todos imaginam e querem.

Toda princesa verdadeira, é antes de mais nada, uma pessoa comum – antes de receber a coroa – que na verdade,  passa a ser mais um 'peso', do que  um prazer.

Mas e essas meninas?  Que vão caminhar até um certo ponto, achando que têm direitos garantidos, e não terão!  Garantido mesmo, terão o pertencimento à ‘plebe’, da qual não supõem fazer parte.  Muito cedo, perceberão que mentiram pra elas, que lhes foi contada uma ‘estória’ falsa e impossível, enquanto lhes foi negada a  verdadeira - a  ‘história’.




segunda-feira, 23 de outubro de 2017


EL VUELO
544









Era casi noche, pero una noche clara, sin vientos o niebla. 

He ahí la escena: una pista de despegue toda alumiada con luces coloreadas, indicando el camino. 

La aeronave posicionada en la cabecera, muy lejos del angar y en perfectas condiciones de vuelo.

Pero yo sabía que, nunca saldría del lugar, no daría el arranque de partida, muy aunque quisiera volar 
y tuviera todo para hacerlo. 

Era extraño en el propio nido, solo.




niebla = nevoeiro
escena = cena
despegue = decolagem
nido = ninho



sábado, 21 de outubro de 2017



PSI _____________________ 69 - Minhas considerações




Anatomia do medo: bases fisiológicas e psicológicas










Thomas Hobbes disse que, no dia em que nasceu, sua mãe deu à luz gêmeos: ele mesmo e seu medo. Poucas emoções nos definem tanto quanto essa matéria obstinada e recorrente que não só garante a nossa sobrevivência, mas também age como um verdadeiro limitador de oportunidades, um voraz inimigo das nossas liberdades e do nosso crescimento pessoal. Por isso é tão interessante conhecer a anatomia do medo.
O medo pode ser incômodo e paralisante, nós sabemos disso. No entanto, eliminá-lo por completo seria como deixar as portas e as janelas da nossa casa abertas, como andar descalço em um chão pontiagudo e acidentado.  Ou seja, um risco sem sentido que afetaria de forma direta o nosso equilíbrio e a nossa sobrevivência.
E mais, diferentemente do que poderíamos imaginar, as pessoas corajosas e ousadas também não apagam esse sentimento das suas mentes. O medo está sempre presente. Só é preciso saber administrar e lidar com ele.

“Acho que é mais corajoso quem vence seus medos do que quem vence seus inimigos, porque a vitória mais difícil é sobre si mesmo.”

– Aristóteles –

Uma coisa interessante que o próprio Alfred Hitchcock – conhecedor desses assuntos psicológicos – sempre dizia é que nada pode ser mais prazeroso do que o “medo controlado”. De fato, uma boa parte da população mundial vai aos cinemas com o simples propósito de sentir medo, angústia, terror. No entanto, o simples fato de saber que estão em um ambiente seguro e que mais tarde vão sair da sala “ilesos”, relaxados e acompanhados por seus amigos proporciona uma estimulante sensação de bem-estar.
Dizer que o medo é necessário e saudável não é nenhum absurdo. Essa emoção primária é muito benéfica ao ser humano sempre quando mantemos um certo controle sobre ela. Contudo, no momento em que essa resposta adaptativa assume o leme e desencadeia toda uma sucessão de tempestades químicas e mudanças fisiológicas no nosso organismo, a história muda por completo.
É nesse momento em que damos lugar ao estresse mais paralisante, aos ataques de pânico e a um “sequestro” emocional, no qual ficamos subordinados a uma série de processos tão complexos quanto interessantes.


A anatomia do medo: o sequestro da amígdala
Helena sofreu um acidente de trânsito há seis meses quando levava sua filha ao colégio. Ambas saíram ilesas, mas a lembrança do acidente e o impacto psicológico do mesmo continuam na sua mente como uma ferida aberta que está afetando seriamente sua qualidade de vida.
Às vezes, até mesmo o barulho da garrafa de água que fica na sua mesa de cabeceira à noite a faz acordar sobressaltada e em pânico, lembrando-se da batida do outro carro no seu veículo. Hoje em dia, Helena ainda não consegue dirigir seu carro. Apenas o ato de se sentar e colocar as mãos no volante já acelera o coração, provoca ânsias de vômito e o mundo começa a girar ao seu redor como se ela estivesse dentro de um pião.
Ao ler essa história fictícia, mas recorrente, de pessoas que sofreram acidentes de trânsito, sabemos que a nossa protagonista vai precisar pedir ajuda mais cedo ou mais tarde. No entanto, para compreender a origem dos pânicos, das fobias e dos medos mais comuns não basta apenas compreender a origem deles. É necessário ir um pouco mais além, é preciso mergulhar na anatomia do medo em nosso cérebro.

A camada mais antiga do seu cérebro

Toda a informação que entra através dos sentidos passa pela amígdala, uma estrutura muito pequena do nosso sistema límbico que constitui a área mais antiga do cérebro, regulada exclusivamente pelas nossas emoções. É interessante saber que a amígdala “monitora” tudo o que acontece no nosso interior e no nosso exterior e que, no momento em que detecta uma possível ameaça, ativa uma série de conexões para gerar todo um caleidoscópio de complexas reações.

A amígdala, por sua vez, tem o mau hábito de não reparar nos detalhes. Não há tempo de sobra quando se trata de garantir a nossa sobrevivência e por isso, muitas vezes, ela nos faz reagir a estímulos pouco lógicos ou pouco racionais.

Seu sistema de “alerta” ativa imediatamente o sistema nervoso para que ele coloque em prática uma resposta muito específica: a fuga, e para isso vai preparar o nosso organismo.
  • Sentiremos aumento na pressão arterial, haverá maior metabolismo celular, aumento da glicose no sangue, maior coagulação sanguínea e até mesmo aumento na atividade mental.
  • Ao mesmo tempo, boa parte do nosso sangue vai se dirigir aos músculos maiores, como as pernas, para que possuam, assim, energia suficiente para escapar se necessário.
  • A adrenalina chega a todo o nosso organismo, fazendo inclusive com que o nosso sistema imunológico interrompa suas tarefas porque o cérebro não considera seu trabalho essencial. O que importa nesse momento é poder fugir ou, caso contrário, nos preparar para a luta.

Assim como podemos ver, toda essa sucessão de alterações fisiológicas e químicas podem ser de grande ajuda para escapar de um perigo objetivo, de uma ameaça real. Contudo, quando o medo é psicológico e inatingível, quando temos o caso de alguém como a Helena, que associa qualquer som brusco à lembrança do seu acidente desencadeando uma resposta de pânico, podemos entender o desgaste que viver dessa maneira durante meses ou anos pode representar.

A psicologia do medo e a importância de lidar com essa emoção

Se existe uma dimensão realmente desgastante para o ser humano é o medo psicológico. Esse que constitui a complexa anatomia do transtorno de ansiedade generalizada, da angústia sem sentido, das fobias, da hipocondria ou dos transtornos obsessivos compulsivos… O medo aparece, como vemos, em muitas tonalidades obscuras de cinza e preto, momentos nos quais a pessoa perde por completo sua capacidade de controle, sua qualidade de vida, sua dignidade…

Podemos dizer, de fato, que nos dias de hoje os medos que mais estão presentes na nossa sociedade são, sem dúvidas, os que estão na nossa mente, os que não correspondem a predadores externos, mas a essas sombras internas das quais é tão difícil de escapar, de dissuadir, de desinfetar.  No entanto, conseguir fazer isso é uma obrigação vital.

A seguir, propomos que você reflita sobre algumas simples estratégias que você pode usar para tentar.

5 segredos para dissuadir seus medos

Agora que já entendemos a anatomia do medo, vamos ver alguns segredos que podem nos ajudar a permitir que essa emoção condicione o nosso comportamento apenas para o nosso bem:
  • Você não é o seu medo: identifique seus medos, não os condicione ao silêncio nem ao sigilo. Nomeie-os.
  • Declare “guerra” aos seus medos. Entenda que eles invadiram a sua intimidade, assuma uma atitude ativa frente a eles para recuperar o controle da sua vida.
  • Conheça os seus medos, entenda por que eles estão aí. Lembre-se de que os medos correspondem a fatores internos e externos, ou seja, há um fator subjetivo mas também algo externo que incomoda você, que tira sua tranquilidade e que rouba sua coragem…
  • Deixe de alimentá-lo: entenda que se a cada dia dermos mais poder aos nossos medos, eles acabarão nos conquistando por completo. Não hesite em “racionalizá-lo”, em acumular mais recursos pessoais, técnicas de respiração, fazer exercício físico, distrair sua mente… Tudo isso vai ajudar você a reduzir a angústia.
  • Fale com você como se você fosse seu treinador: comece a falar consigo mesmo como se você fosse seu próprio treinador, desenvolva estratégias para eliminar comportamentos limitantes, encoraje-se com firmeza para conquistar pequenos objetivos cotidianos, parabenize a si mesmo quando conseguir e não se esqueça de que esse é um trabalho constante.
Para concluir, como podemos perceber, o tema da anatomia do medo e de como lidar com este sentimento é uma área complexa e muito ampla, uma área que precisa, sem dúvidas, ser entendida para podermos cuidar um pouco melhor de nós mesmos. Porque no final das contas, como se diz, para almejar uma felicidade real, é preciso primeiro derrubar os muros do medo.
fonte: 







_____________________ 69 - Minhas considerações


Os termos em vermelho no corpo da matéria original são destaques meus.

Tomei a liberdade de colocar parte de outro material sobre a importância da amígdala.



____________________________________                                                                


"A amígdala, sentinela das emoções: 

A amígdala faz parte do chamado cérebro profundo, no qual primam as emoções básicas, tais como a raiva ou o medo e também o instinto de sobrevivência. Básicas, sem dúvida, para a evolução de qualquer espécie. A amígdala, esta estrutura em forma de amêndoa, é própria de todos os vertebrados e se localiza na profundidade dos lóbulos temporais, fazendo parte do sistema límbico e processando tudo relacionado a nossas reações emocionais.
Na neurobiologia é quase impossível associar uma só emoção ou uma só função a qualquer estrutura, mas quando falamos da amígdala, podemos dizer sem nos enganar que ela é uma das mais importantes associadas ao mundo das emoções. É o que faz, por exemplo, que sejamos mais maleáveis do que qualquer parente evolutivo próximo, é a que nos permite escapar de situações de risco ou perigo, mas ela é também a que nos obriga a lembrar de nossos traumas infantis e tudo aquilo que nos fez sofrer em algum momento ..."
veja mais:



________________________________________
                                                                      


Os medos que infestam a nossa mente - não aqueles necessários à nossa sobrevivência ou bom senso, mas os que paralisam nosso crescimento ou prejudicam nossa qualidade de vida - acabam por infectar o nosso sistema nervoso, e pelo estímulo que recebe, desencadeia respostas fisiológicas e químicas no nosso organismo.

Cabe lembrar que, os sistemas: nervoso, endócrino e imunológico, estão interligados - um abalo ou interferência sobre um deles, vai repercutir nos outros dois.

Quando o medo é psicológico e inatingível, ou seja, quando a ameaça não é um real perigo à vida, toda essa descarga emocional no sistema circulatório, nos índices de glicose para super dotar os músculos de força, a superexcitação mental, acabam por debilitar o nosso sistema imunológico.  Nenhum organismo consegue viver em equilíbrio, debaixo de uma forte tensão durante tempo demasiado.

Numa "dimensão realmente desgastante para o ser humano" -  pode  se constituir uma complexa anatomia dos vários transtornos emocionais.