“O silêncio não é somente a ausência de ruídos externos. O silêncio que descansa a mente, mesmo envolvida nas tragédias, é um estado mental que não retém emoções de potência tão tóxica ou traumática. Coisa de monge? Não. Como um rio, a consciência permite que tudo passe pela mente, incluindo o terror, se a pessoa for bem orientada. Aprender a reter apenas o que for útil à sobreviência e às boas construções da vida, e mesmo isso, sempre ocorrerá apenas pelo tempo necessário. Talvez, você pense que a mente silenciosa não pensa nem recorda os traumas. Como assim, não pensa nem lembra? O pensamento é o respirar do corpo mental, pensamento entrando e pensamento saindo. O sentimento e as emoções são o respirar do seu corpo emocional. Embora sutil, todos esses movimentos são como a respiração do corpo físico, ar entrando e ar saindo. Somos o tipo de criatura que inverte parte da natureza, quando se trata das emoções e dos pensamentos. Nós fazemos retenções emocionais também por uma questão natural, que são as gravações na mente, as memórias. Quanto mais retemos as emoções negativas, maior é o alarido na mente, e mais a mente não conhece a paz. Ao respirar físicamente, coloque a sua consciência focada em expirar as emoções, as retenções, os bloqueios, as memórias traumáticas. Se for persistente, ocorrerá um décimo de silêncio prazeroso. Por um rápido instante, a sua consciência se parecerá com um pássaro. Algo dentro de si deixará a leve impressão de ter sobrevoado matas, rios, vales… Quando cessar o exercício respiratório, poderá ter compreendido o que é silêncio. Mais que isso, poderá reconhecer com mais firmeza e fidelidade a sua própria direção na vida.” - J. C. Alarcon e Nilsa Alarcon
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