1704
ENTRE O CORPO E O SILÊNCIO
Eu sussurro, como num pacto que não devo quebrar.
Aceito e acolho o que chegou até minhas mãos, porque me fez ser quem eu sou.
Entrego, o que ainda não 'pôde' ser. Aprendi que a transformação só acontece fora da vigilância, sem armadura e no recolhimento. É quando, solto a rédea da pretensa e ilusória tentativa de controle.
Confio, que o que veio, tinha endereço certo. Reconheço que minha mente tem medo, mas a minha alma conhece a confiança e outras tantas virtudes. O sofrimento é abandono interior e a mente precisa escutar o que a alma diz, porque ela fala - ah! e como fala! Para ouvi-la, devo calar os pensamentos, pois fazem muito barulho, só assim o diálogo pode acontecer.
Agradeço ao universo, pelas inúmeras dádivas, pois agora ele me escuta, depois de me despojar da falta, da queixa, do descontentamento. Só a gratidão é capaz de converter a 'falta' em presença, em algo muito mais valioso - como um bálsamo que cuida do que estava partido, transmuta e remodela a minha realidade, numa versão mais favorável a mim mesmo.
arte __ agnes cecile
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