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O DIA DA FESTA
Vês, como a vida passa com pressa? Nem sempre foi assim. Ela costumava arrastar-se vagarosa, pelas horas e dias. Custava chegar o fim de semana, o feriado, as férias, o dia da festa! A espera era no mínimo, desesperadora!
Os tempos são outros, e não têm nada a ver com idade ou expectativa; porque jovens e não tão jovens, constantemente, estão a se perder pelas horas dos dias, pelos dias da semana. Um domingo encosta no outro, o fim de ano bate à porta e o temor de que não ‘tenhamos tempo’ é grande. Afinal, o que passou, já se perdeu na nossa memória; e o que está por vir, talvez nem seja possível, termos tempo de senti-lo passar. A terra gira acelerada; e como nos aproximamos rapidamente, do dia da festa, também nos apavoramos com a iminência da morte. O desespero agora é outro - não desfrutarmos a plenitude das coisas boas.
Parece que o tempo tomou em suas mãos, as rédeas de
seu movimento e velocidade ... ou então, adquiriu uma vontade própria, que
antes nunca imaginou que pudesse ter. Ele nos atropela e nos põe a correr, atrás de nossos próprios rabos. Somos
reféns da sua vontade, da sua pressa e da sua indiferença.
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