sábado, 30 de março de 2024

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 PORÉM, CONTUDO, TODAVIA, ENTRETANTO 

Voltando à época glacial da minha formação escolar, eu me lembro de que todos os termos significavam o mesmo.  Apesar do ‘mas’, ser o mais usado - porque fazia mais sentido e os outros serem formas mais rebuscadas e um tanto vazias; subentendeu-se sempre, a mesma ideia – de dúvida, oposição, intensidade ou sobreposição.  Acredito mesmo que o 'mas' seja o mais completo, porque pode ser tudo isso.

A estória que me surpreendia era a do ‘Lobo Mau’, não a do ‘Chapeuzinho Vermelho’, porque sem dúvida o lobo era o personagem mais perigoso.  Embora fosse dissimulado na sua intenção, era mais elaborado.  Só com o tempo (uns bons anos), percebi que na estória era quem mais sabia o que queria, ardiloso e ainda assim, o mais cativante. 

Dada a sua passividade, o Chapeuzinho, para mim passou a ser personagem secundário - o que se deixa enganar pelo Lobo, que como todo bom vilão, é mau, mas sem dúvida o primeiro protagonista do conto.

Existem Chapeuzinhos crescidos, porém com a mesma tendência a serem comidos pelos lobos; outros, porém, já engoliram o lobo e o trazem dentro de si.  Existem lobos, todavia extremamente ferozes, que acabam por serem a refeição da vez ou cometem autofagia.



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