PORÉM, CONTUDO, TODAVIA,
ENTRETANTO
Voltando à época glacial da minha formação escolar, eu me
lembro de que todos os termos significavam o mesmo. Apesar do ‘mas’, ser o mais usado - porque
fazia mais sentido e os outros serem formas mais rebuscadas e um tanto vazias; subentendeu-se
sempre, a mesma ideia – de dúvida, oposição, intensidade ou sobreposição. Acredito mesmo que o 'mas' seja o mais completo, porque pode ser tudo isso.
A estória que me surpreendia era a do ‘Lobo Mau’, não a do ‘Chapeuzinho
Vermelho’, porque sem dúvida o lobo era o personagem mais perigoso. Embora fosse dissimulado na sua intenção, era mais elaborado. Só com o tempo (uns bons
anos), percebi que na estória era quem mais sabia o que queria, ardiloso e
ainda assim, o mais cativante.
Dada a sua passividade, o Chapeuzinho, para mim passou a ser
personagem secundário - o que se deixa enganar pelo Lobo, que como todo bom
vilão, é mau, mas sem dúvida o primeiro protagonista do conto.
Existem Chapeuzinhos crescidos, porém com a mesma tendência
a serem comidos pelos lobos; outros, porém, já engoliram o lobo e o trazem
dentro de si. Existem lobos, todavia extremamente ferozes, que acabam por serem a refeição da vez ou cometem
autofagia.