Não são as nuvens que passam, mas o planeta que gira. Não é o fardo que pesa, mas o valor que dou às coisas da vida. Não é a pressa que deixa cru* o que devo viver, mas a ausência de mim, no momento presente. Não é o medo que paralisa, e sim a minha falta de fé. Não é a dor que apavora, mas desconhecer sua origem. Não é a culpa que me morde a alma, mas a responsabilidade pelas consequências às minhas escolhas.
De todos os cálices, dos quais sou forçado a sorver, o mais penoso de engolir, é aquele ofertado por mãos conhecidas, e ainda assim, sei que é preciso aceitar seu amargor. De todas as horas e dias escuros, que sou obrigado a atravessar, os mais tristes são aqueles em que me sinto sozinho.
* Do ditado popular : "O apressado come cru"
