terça-feira, 5 de janeiro de 2016





                                  Eckhart Tolle                                                          






Transformar o sofrimento em paz
Quando não há uma saída, continuará ainda a haver uma passagem. Por isso não volte as costas à sua dor. Enfrente-a. Sinta-a plenamente. Sinta-a - não pense nela! Expresse-a, se necessário, mas não crie um cenário à sua volta na sua mente. Preste a sua atenção ao sentir e não à pessoa, ao acontecimento ou à situação que parece tê-la provocado.

Não deixe que a mente use a dor para criar a partir dela uma identidade de vítima para si próprio. Sentir pena de si e contar a sua história aos outros mantê-lo-á preso ao sofrimento. Uma vez que é impossível deixar de sentir, a única possibilidade de mudar é entrar completamente dentro do sofrimento; de outro modo, nada será alterado. Por isso preste toda a sua atenção ao que sente, abstendo-se de classificar mentalmente.
Ao entrar no sentir, esteja alerta. Ao princípio, poderá parecer um lugar escuro e aterrador e, quando surge o impulso para fugir dele, observe, mas não fuja. Continue a prestar atenção à dor, continue a sentir o desgosto, o medo, o pavor, a solidão, seja o que for. Continue vigilante, continue presente - presente com todo o seu Ser, com cada célula do seu corpo. Ao fazê-lo, estará a levar uma luz para dentro dessa escuridão. É a chama da sua consciência.
(O Poder do Agora, pág. 222)





Não oferecer resistência à vida é estar num estado de graça, de bem-estar e de leveza. Esse estado deixa então de depender de coisas que sejam, de certo modo, boas ou más. Poderá parecer um paradoxo e, no entanto, quando a sua dependência interior da forma desaparece, as suas condições gerais de vida, as formas exteriores, tendem a melhorar muito.
As coisas, as pessoas ou as condições que pensava serem necessárias para a sua felicidade chegam-lhe agora sem trabalho nem esforço da sua parte, e você tem a liberdade de as gozar e de as apreciar - enquanto durarem. É evidente que todas as essas coisas continuarão a desaparecer, os ciclos continuarão a ir e a vir, mas sem a dependência deixa de haver o medo da perda. A vida flui com facilidade.

 (O Poder do Agora, pág. 192)



Esteja onde estiver, esteja plenamente
De certa forma, a inconsciência comum está sempre ligada à recusa do Agora. O Agora, evidentemente, também significa o aqui. Estará você a resistir ao seu aqui e agora? Há pessoas que só estão bem onde não estão. O seu "aqui" nunca é suficientemente bom. Observe-se a si próprio para descobrir se é esse o seu caso.
Esteja onde estiver, esteja lá plenamente. Se achar que o seu aqui e agora é intolerável e o deixa infeliz, você tem três opções à escolha: ou você se afasta da situação, ou a muda, ou a aceita totalmente. Se quiser ser responsável pela sua vida, tem de escolher uma dessas três opções, e tem escolher agora. Mais tarde lidará com as consequências. Nada de desculpas. Nada de negatividade. Nada de poluição psíquica. Mantenha limpo o seu espaço interior.
Se tomar quaisquer providências - deixar ou mudar a sua situação - liberte-se primeiro da negatividade, se for de todo possível. Agir com base na intuição do que é necessário é sempre mais eficaz do que agir com base na negatividade.

 (O Poder do Agora, pág. 97)



Desfaça a identificação com o corpo de dor
No momento em que o seu pensamento estiver alinhado com o campo energético do corpo de dor (*), você está a identificar-se com ele e a alimentá-lo de novo com os seus pensamentos. Se, por exemplo, a raiva for a vibração energética predominante do corpo de dor e você tiver pensamentos de ira, matutando naquilo que alguém lhe fez ou no que lhe vai fazer a ele ou a ela, então você tornou-se inconsciente e o corpo de dor transformou-se em «si». Onde existir raiva, há sempre dor subjacente.
Ou então, quando um humor soturno se abater sobre si e você começar a entrar num padrão mental negativo e a pensar em como a sua vida é má, o seu pensamento alinha-se com o corpo de dor e você torna-se inconsciente e fica vulnerável ao seu ataque.
A palavra «inconsciente», de acordo com a forma como a utilizo aqui, significa estar identificado com algum padrão mental ou emocional. Implica uma ausência total do observador.
(*) campo energético de emoções antigas

 (A Prática do Poder do Agora, pág. 77)




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