LUZ
TARDIA
Há
pouco, era madrugada. Os telhados,
crescentes e decrescentes, ainda retêm a
umidade que a névoa trouxe. Os
pássaros, que não semeiam, se alimentam
do que encontram. Estou no meio da via
movimentada de minha vida, frente aos
faróis dos veículos que transitam com pressa.
Atravesso- a , diagonalmente, desafiando suas pressas.
Olho para as árvores que crescem como eu em
direção aos céus, pergunto a elas se
sofrem como eu, se sentem dor como eu.
Todas temos nossos braços estendidos ao
alto, a despeito de tudo que nos faz
mantê-los abaixados. Caminho e vejo as
folhagens que escapam através dos muros das casas, aprecio o desenho dos
portões de ferro. Vejo flores mimosas, outras ostensivas em sua beleza, que se esticam por sobre os muros, tentando fugir à rua.
Dentro
de mim, sei que o sol tardará a
bilhar, a mesma luz tardia que verei,
você verá também! Cabe em mim o amor que
é seu, até que me peça. 5.7.8
©
https://www.youtube.com/watch?v=7JKTq3l88tY
A quem possa interessar:
Quando escrevo
algo, às vezes é uma situação, palavra ou ideia que faz com que eu tenha uma inspiração para determinado texto.
Nesse caso, nesse
texto, eu ouvia esta música do Buddha Bar - Secret Love, quando ele ganhou vida!
Coloquei o link
caso queiram apreciá-la.
https://www.youtube.com/watch?v=7JKTq3l88tY
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